Debates sobre o governo federal voltam a ser assunto da Tribuna Virtual


05/05/2020 16:59 | Plenário | Maurícia Figueira - Foto: Bruna Sampaio

Compartilhar:

Tribuna Virtual <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248740.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tribuna Virtual <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248741.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tribuna Virtual <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2020/fg248742.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Quatro deputados se revezaram na Tribuna Virtual desta terça-feira (5/5). O primeiro orador foi o deputado Dr. Jorge Do Carmo (PT), que informou a liberação da verba de 6,9 milhões referentes a emendas parlamentares para a área da saúde para combater a pandemia. Segundo ele, a verba foi destinada ao Hospital Santa Marcelina; Hospital Mario Covas, em Santo André; Santa Casa de São Paulo; Banco de Olhos, em Sorocaba, entre outros. "Estou na comissão de seis deputados que estão fiscalizando a execução do orçamento exclusivo para a saúde". Jorge Do Carmo também criticou prefeitos. "Tenho visto prefeitos investindo em cemitérios. Não queremos fazer política da morte, queremos salvar vidas. É preciso investir em hospitais de campanha". O deputado sugeriu a construção de um hospital na Arena Corinthians para atender a população da zona leste.

Educação a distância

A seguir, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) repudiou a aprovação no Senado de projetos que congelam os salários de servidores públicos nas esferas federal, estadual e municipal. "Foi aprovado o congelamento dos salários por 18 meses. É um absurdo atacar servidores". Ficaram de fora do congelamento os profissionais da saúde e da segurança pública. Os projetos foram aprovados no Senado e agora estão na Câmara dos Deputados. Para o deputado, a causa da desigualdade social é que deveria ser combatida. "Eles elegem o servidor público como bode expiatório, mas não mexem na política de desoneração dos estados, não fazem auditoria da dívida pública brasileira". Giannazi denunciou também o que considera a farsa da educação a distância. Citando as dificuldades dos alunos em terem acesso a computadores, informou que tem recebido inúmeras reclamações de professores quanto ao modo que a educação a distância tem sido implementada no Estado. "Estamos vivendo uma pandemia, boa parte da rede estadual não tem acesso a computadores, vive em condições subumanas, em cômodos com dez pessoas morando no mesmo quarto".

Ao contrário de Giannazi, Janaina Paschoal (PSL) é favorável à educação a distância e também ao teletrabalho. "Já há muito tempo sou entusiasta do trabalho a distância. A modalidade corta muitos gastos. Basta ver o tanto que estamos economizando na Assembleia, e estamos produzindo. Não são só as sessões, são reuniões, debates, elaboração de projetos e emendas. Tudo isso sendo feito fora do ambiente da Assembleia, com economia de energia, de água e, inclusive, de equipe". Para ela, essa experiência pode ter um lado bom, "o de mostrar que podemos romper algumas barreiras".

Janaina Paschoal comentou a respeito de diversas mensagens que tem recebido. De acordo com ela, muitas pessoas vinculam o fato de ela ser favorável ao isolamento social a um apoio ao Governador Doria. A deputada informou que não apoia irrestritamente uma bancada ou outra. Citou como exemplo o apoio dado ao deputado Carlos Giannazi em alguns debates havidos na Assembleia Legislativa. "Concordo com o governador, o que não significa que seja partidária. Concordo com o mérito da questão. Quero que as pessoas compreendam que não é estar a favor de Bolsonaro, ou Doria, ou Covas. Estamos diante de um problema. Como professora, quero entender o problema, quero estudar a maneira como os outros países estão enfrentando esse problema. Não é uma questão política".

Violência contra a mulher

O tema da violência contra a mulher foi abordado pelo deputado Tenente Nascimento (PSL), autor do projeto que instituiu o Programa Patrulha Maria da Penha. O deputado divulgou meios de vítimas de violência denunciarem abusos por telefone: 190, 180 ou pelo disque-100. Também é possível registrar um boletim de ocorrência eletrônico no site: www.delegaciaeletronica.policiacivil.gov.br.

A seguir, Tenente Nascimento mostrou um vídeo no qual a ministra Damares informa que foi assinado um acordo de cooperação. Todas as denúncias que chegarem ao disque-100 e ligue-180 de violação de direitos fundamentais e direitos humanos serão investigadas pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Nascimento também informou que um projeto de lei de autoria dele foi aprovado instituindo o dia 4 de maio como o Dia do Sargento. Mostrou, então, um segundo vídeo no qual aparece o presidente Bolsonaro discursando sobre os sargentos.

Lutas conjuntas

Voltando à Tribuna Virtual, Carlos Giannazi também comentou que esteve ao lado de Janaina Paschoal em algumas questões. "Estivemos em frentes de batalha juntos, como defendendo o Oncocentro, a Furp, os servidores do judiciário e outros projetos que temos acordo. Temos lutas em comum na Assembleia Legislativa. Embora estejamos em campos ideológicos diferentes, há pontos de união na defesa de alguns setores da sociedade".

Giannazi ressaltou que discorda de Janaina Paschoal quanto ao discurso de ontem (4/5) na Tribuna Virtual, quando a deputada falou que os bolsonaristas se assemelham ao stalinistas. Para ele, o bolsonarismo tem características nazistas e fascistas. "A tática da construção do nazismo, do fascismo, é assim, antigos aliados tornam-se inimigos". Deu como exemplo dois casos do golpe militar de 1964: Ademar de Barros, governador de São Paulo, que foi cassado logo nos primeiros meses da intervenção miliar, e Carlos Lacerda, que também apoiou o regime, foi cassado. "A história nos ensina muita coisa. É o momento de unificação para deter a escalada autoritária que vem sendo construída pelo governo Bolsonaro".

Giannazi terminou seu discurso comentando que mais de 40 servidores do Hospital Universitário, da USP, estão contaminados pelo coronavírus. O deputado considera que faltam materiais de proteção no hospital. "O superintendente não tem mais condições de ser o gestor do HU".

Semelhanças com stalinismo

Retornando à Tribuna Virtual, Janaina Paschoal enfatizou que em seu discurso de ontem ela falou que os "excessos do bolsonarismo estão prejudicando a própria direita". Para ela, o governo é despreparado e tem muitas semelhanças ao stalinismo. "Stalin chega ao poder trilhando todo o caminho aberto por Lenin e pela ideologia trotskista " não estou entrando no mérito se é bom ou se é ruim " mas a primeira coisa que faz é se livrar de Lenin. Para mim foi muito assustador as pessoas chamando o ministro Alexandre de Moraes de comunista. Nesse sentido digo que, tudo que estão fazendo de muito errado só favorece a esquerda". A parlamentar exemplificou citando a nomeação, pelo Presidente Bolsonaro, de uma pessoa que Regina Duarte havia afastado. "O presidente fala tanto de hierarquia, ele quer tanto ser respeitado, mas não respeita seus subordinados. Qualquer pessoa que estuda hierarquia, teoria do estado, teoria militar, sabe que você só pode exigir respeito do seu subordinado se você souber respeitar seus subordinados. E o presidente está dando mostras de que não sabe. Foi isso que ele fez com Sérgio Moro, que está fazendo com Regina Duarte. Isso não é ser de direita. Isso é fazer exatamente igual à esquerda autoritária quando estava no poder", finalizou.

Dia do Sargento

O último orador do dia foi o deputado Tenente Nascimento, que voltou à Tribuna Virtual para informar que escolheu o dia 4 de maio como Dia do Sargento porque foi o dia do assassinato do cabo Flores. "Precisamos eternizar a vida desse herói. O patrono do projeto do dia do sargento é o cabo Flores, que foi promovido a sargento pós-morte".

Assim como o primeiro orador do dia, Tenente Nascimento também enumerou hospitais que receberão verbas de emendas parlamentares. Entre esses hospitais, Nascimento ressaltou o Hospital Cruz Azul, que atende os policiais militares e familiares.

Encerrando a Tribuna Virtual desta terça-feira, Tenente Nascimento falou que fez um projeto de lei para que o governador reconheça os funcionários públicos que vítimas do coronavírus como mortos em serviço, para que a família tenha garantidos seus direitos.


alesp