Palestra do ILP indica que a química é chave para o futuro da sustentabilidade

Especialista apresenta estratégias para minimizar impactos ambientais e otimizar recursos nas indústrias
05/06/2025 19:18 | Economia Circular | Fernanda Franco - Foto: Youtube/Reprodução

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Palestra do ILP<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346548.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Palestra A química como aliada da sustentabilidade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2025/fg346547.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista (ILP), em parceria com o Conselho Regional de Química de São Paulo (CRQ-SP), promoveu nesta quinta-feira (05) uma palestra online sobre o papel da química na sustentabilidade a partir do planejamento e produção industrial. A palestrante foi a bacharel em química com atribuições tecnológicas, Ingrid Ferreira Costa, reconhecida pelo seu perfil no LinkedIn como Top Voice 2024.

O encontro integra esforços da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e do ILP em torno da Agenda 2030 da ONU, com destaque para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 9 (indústria, inovação e infraestrutura), nº 12 (consumo e produção responsáveis) e nº 13 (ação contra mudança global do clima).

"Se pensarmos no desenvolvimento industrial de todos os produtos que fazem parte do nosso dia a dia, veremos que a química está presente em todos eles", afirmou Ingrid. Da indústria alimentícia à de cosméticos e farmacêuticos, a química está no centro de tudo, "estamos constantemente criando novos materiais, otimizando processos industriais e contribuindo ativamente para a transição para fontes de energia limpa".

Para a pesquisadora, a sustentabilidade pode ser pensada de duas formas no setor industrial: desenvolvimento de novos produtos e adaptação do processo produtivo, esta última sendo a mais importante. "Estamos sempre pensando na possibilidade de rever todo o processo produtivo para que ele tenha menos impacto, mas também garanta eficiência para toda a população", afirmou.

Estratégias sustentáveis

É nesse sentido que a especialista apresentou quatro estratégias que minimizam os impactos ambientais, otimizam recursos na indústria e sociedade e criam produtos de forma mais eficiente.

A primeira é a avaliação do ciclo de vida do produto (ACV), que inclui desde a escolha da matéria-prima até a chegada do produto aos consumidores finais. A economia circular busca reinserir produtos e até resíduos em um novo processo produtivo, visando eliminar o desperdício e manter produtos, materiais e recursos em uso pelo maior tempo possível. Já a terceira estratégia é o conceito de química verde, que propõe 12 princípios para tornar os processos produtivos mais limpos, seguros e sustentáveis.

Inovação e sustentabilidade é a quarta estratégia e também a mais desafiadora, segundo Ingrid. A pesquisadora apontou que as tecnologias são mais difíceis de implementar no mercado, além de ser um processo caro para as indústrias, há também um público consumidor mais exigente e as taxas e normas dos órgãos regulatórios. "O que as empresas têm feito é, por exemplo, alterar a formulação de um produto e notificar o consumidor sobre essa mudança, com o ?nova fórmula?", disse.

A especialista também pontuou que é preciso uma integração maior entre os cientistas e a sociedade. "As pessoas têm adquirido mais informações sobre os produtos que elas consomem, tem aumentado o nível de consciência e isso tem feito as indústrias investirem mais nos processos produtivos existentes. Só que a gente tem uma barreira regulatória muito grande ainda", comentou.

A solução então é "redesenhar produtos, adaptar processos e até repensar modelos de negócios, o que é um enorme desafio para a maior parte das empresas", segundo a pesquisadora. Mas é a partir dessa necessidade de reinventar as formas como se produz que "a química contribui ativamente na luta contra as mudanças climáticas com a presença de novos materiais para energia limpa", reforçou.

Assista à transmissão da palestra, na íntegra, realizada pela Rede Alesp:

alesp