Opinião - Mudanças necessárias para o Sistema S


07/01/2019 16:55 | Atividade parlamentar | Vitor Sapienza

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Sempre fui admirador dos resultados que o SESI, SENAI, SESC e outros "S"s" afins trouxeram e trazem para a sociedade, principalmente em São Paulo onde, modéstia à parte, conheço e bem. Contudo sempre fiz restrições ao público que os "S"s" atendem.

Respeito e sei que a prioridade deva ser a de atender o público ligado à indústria e comércio. Contudo, sempre achei e continuo achando que deveria ser dada atenção às áreas mais necessitadas da sociedade.

Uma das formas de promoção social é dar condições aos mais necessitados, ou seja, os mais pobres e aqueles que não tem condições de adquirir uma boa profissão e cultura para melhorar de vida, devido à falta de oportunidades.

Paulo Guedes, o futuro ministro da Fazenda, pontuou recentemente algumas críticas ao sistema S, em boa parte, procedentes. Afinal, estamos falando de um sistema, hoje, composto por 9 entidades, das quais cito: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria (Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest).

Esse grupo de entidades é voltado ao setor empresarial e industrial, e tem por finalidade oferecer treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica " serviços considerados de interesse público. Porém o interesse público prioritariamente de seu público, isto é, da indústria e comércio.

Entretanto, para fazer frente à essa demanda, o sistema S recebe anualmente repasses robustos do governo. Somente no ano passado, foram cerca de R$ 17 bilhões. Então, penso que fazer os cortes anunciados por Guedes e reverter essa "economia" nos ajustes necessários e na destinação de oportunidades aos que mais precisam se faz necessário.

Permito-me acrescentar que, além dessa medida, todos ganhariam, principalmente a sociedade, se escolas e cursos profissionalizantes fossem criados por todo o país, sobretudo na periferia da Grande São Paulo, que necessita e muito de conhecimento e cultura, pois, desta forma, permitiríamos que pessoas com menores condições conseguissem melhorar o nível de vida e, assim, não ficassem dependentes de programas como o "Bolsa Família", que, ao contrário de dar oportunidades, torna o cidadão refém de uma política de acomodação e sem chances efetivas de prosperar na vida.

Vitor Sapienza é Deputado Estadual pleo PPS

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