Discussão sobre o Programa de Ensino Integral (PEI) e sobre a proibição de abertura de igrejas durante a pandemia marcaram a Tribuna Virtual desta quarta-feira (7/4). O governo do Estado está implantando o PEI em algumas escolas da rede estadual. Com o novo modelo, os alunos permanecem em aulas durante até nove horas e meia por dia. "Em tese é um projeto interessante, mas da forma que está implantando, sem respeitar as comunidades, é um projeto que mais exclui do que inclui", disse o deputado Carlos Giannazi (PSOL). O parlamentar ressaltou que escolas que atendem atualmente 1.200 alunos conseguirão atender 300 alunos com o PEI, devido à redução de turnos escolares. "Os outros ficam excluídos e serão acomodados em outras escolas, muitas vezes distantes do seu bairro e vão superlotar as outras escolas", afirmou. Giannazi também criticou decisão da Prefeitura de Ilhabela. "Lá os professores estão sendo obrigados a ir às escolas em plena pandemia. Ontem tivemos mais de 1.300 pessoas mortas só no Estado de São Paulo. Mesmo assim, o prefeito de Ilhabela insiste em manter os profissionais da educação nas escolas", disse. Segundo o deputado, o trabalho dos profissionais da educação pode ser feito remotamente. "É o que os prefeitos sensatos estão fazendo hoje no Brasil, preservando a vida de seus servidores públicos". Na terça-feira (6/4), o Brasil superou, pela primeira vez, a marca dos 4.000 mortos pela Covid-19 em 24 horas. Só no Estado de São Paulo foram 1.389 mortes. Esse número é equivalente aos números de mortos em todo o país, por dia, durante a pior fase da primeira onda da pandemia no país, em julho de 2020. Decisão No último sábado (3/4), o ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a realização de celebrações religiosas no país. O deputado Gil Diniz (sem partido) considerou a decisão adequada. "A liminar permitiu que as igrejas pudessem abrir respeitando 25% de sua capacidade, distanciamento social, álcool em gel, máscara", afirmou. No entanto, no Estado de São Paulo, a decisão foi barrada pelo ministro Gilmar Mendes. "Não podemos abrir mão da liberdade religiosa", disse Diniz. Está previsto para esta quarta-feira (7/4) o julgamento sobre abertura de igrejas pelo plenário do STF.