A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo se reuniu, nesta quarta-feira (7), para recepcionar o reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Pasqual Barretti. O reitor explanou o andamento da gestão e respondeu questionamentos sobre o desenvolvimento de ações e programas da instituição pública. Ações De acordo com Pasqual Barretti, há o interesse da Unesp de promover uma política de permanência estudantil com representação orçamentária e, também, o desejo de construir uma permanência após a conclusão da pós-graduação, por meio da oferta de uma bolsa-auxílio. "A permanência de alunos praticamente dobrou desde quando assumimos a gestão. Essa bandeira [permanência] deve ser levada com muita força e é uma obrigação da universidade", disse. O reitor destacou as más condições das moradias de algumas unidades da Unesp. "Já existem recursos no orçamento deste ano para reformá-las, mas existe a dificuldade de alocar os estudantes durante o período da reforma", pontuou. Barretti também ressaltou que a política de melhoria dos restaurantes universitários é outra demanda importante da Unesp. O objetivo é oferecer uma alimentação sustentável com redução de preços. Ingresso O gestor da Unesp também contou que estão previstas novas modalidades de ingresso para Unesp em 2023. Uma delas é o processo seletivo "Olimpíadas Científicas Unesp", com 255 vagas adicionais destinadas a participantes e medalhistas de olimpíadas do conhecimento. Outra forma de ingresso é o preenchimento de eventuais vagas remanescentes do vestibular 2023 para todos os candidatos do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2021 ou 2022, sem necessidade de o candidato estar inscrito no vestibular. Considerações dos Parlamentares O colegiado contou com a presença do presidente da comissão, o deputado Mauro Bragato (PSDB); o vice-presidente, deputado Leonardo Siqueira (Novo) e os deputados Guilherme Cortez (PSOL), Milton Leite Filho (União), Bruno Zambelli (PL), Rogério Santos (MDB), Gerson Pessoa (Podemos) e as deputadas Beth Sahão (PT), Fabiana Barroso (PL), Marina Helou (Psol) e Professora Bebel (PT). Dentre as principais considerações feitas pelos parlamentares durante a reunião, a deputada Beth Sahão destacou a relevância da interiorização da Unesp pelo Estado. "Isso faz com que a universidade possa oferecer um ensino de qualidade, pesquisa, inovações tecnológicas e conhecimento de uma forma mais republicana e socializada, porque ela [a Unesp] está em vários pontos do Estado", ressaltou. A deputada ainda destacou algumas demandas da Unesp que precisam ser atendidas. Dentre as quais estão a necessidade de aumentar a quantidade de refeições para atender a todos os alunos, ampliar o número de vagas para atender as solicitações de alunos que necessitam, aumentar os salários dos servidores ativos, repor os professores e servidores aposentados e investir na recuperação e no reparo de prédios, bibliotecas, laboratórios e equipamentos. Já o deputado Guilherme Cortez destacou a importância da preservação da autonomia universitária, da referência do ensino de qualidade e da instituição de políticas públicas de reserva de vagas a fim de garantir a permanência estudantil. "A Unesp é a universidade estadual paulista mais popular, por ter sido a primeira a instituir essa política [cotas]. Portanto, ela é a que mais possui demandas de políticas de assistência e permanência para que seus alunos tenham condições de concluir seus estudos. Porém, mesmo com todos os investimentos, observa-se um déficit grande no tamanho de demandas que a Unesp apresenta. A crise financeira das universidades, muitas vezes, é causada pelo orçamento estadual", disse Cortez. Unesp em Números Criada em 1976, a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) possui 34 unidades universitárias, está presente em 24 cidades paulistas, sendo 22 delas no interior do Estado, uma no litoral e uma na Capital Paulista. Além disso, ela possui 34 faculdades, 30 bibliotecas e 3 hospitais veterinários. O sistema de reserva de vagas foi implantado pela primeira vez no vestibular de 2014. Atualmente, essa política destina 50% das vagas de cada curso de graduação para alunos que tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública. Além disso, 35% das vagas desse sistema são destinadas aos candidatos que se autodeclararem pretos, pardos e indígenas. Outro dado importante é que, a partir de recursos orçamentários estaduais de 2022, foram contratados mais de 500 novos servidores, correspondendo a um aumento de 7% em relação ao efetivo de 2021. De acordo com o estudo "World University Ranking 2022-2023", a Unesp é considerada a quinta melhor universidade do Brasil. Já na pesquisa "World University Ranking Latin America 2022-2023", a Unesp é considerada a terceira melhor universidade da América Latina. Por fim, a Unesp é considerada a melhor do ranking das universidades com menos de 50 anos de existência.