A Comissão Parlamentar de Inquérito da Furp ouviu nesta terça-feira (10/9) o depoimento de Walter Brocanelo Junior, funcionário da Fundação Para o Remédio Popular desde 2015. Entre suas atuações, Brocanelo é responsável pelo gerenciamento da Parceria Pública Privada (PPP) com a Concessionária Paulista de Medicamentos (CPM) na unidade de Américo Brasiliense. O deputado Thiago Auricchio (PL) destacou o contrato firmado entre a PPP e a CPM. Para o gerente da divisão industrial Brocanelo Junior, é necessária uma reavaliação desse acordo. "Quando ele foi firmado, certamente tinha um propósito sólido. Mas, com o passar do tempo, ele foi dando certos prejuízos para a Furp, não por causa do contrato propriamente dito, mas pelo desgaste econômico que a Fundação veio tendo", disse. Ricardo de Lima e Silva, assessor técnico da superintendência da Fundação, que compareceu na comissão no dia 20 de agosto para prestar esclarecimentos, chegou a comentar sobre a PPP: "Criou-se a fábrica junto com a PPP, para que a Parceria Público-Privada trouxesse novos medicamentos, eficiência e pudesse ampliar essas entregas para a Secretaria da Saúde porque a Furp já estava com dificuldades. Mas a PPP não trouxe aquilo que de principal ela tinha que trazer, a economia para o Estado". O assessor comentou ainda que na época em que houve a decisão de construir a fábrica de Américo Brasiliense (2002), a Fundação ainda não mostrava indícios de crise. Entretanto, quando foi inaugurada (2013), já se notava um desgaste no ponto de vista econômico. Durante o relato, Brocanelo Junior ressaltou que até entrar na Furp, não sabia da existência da companhia. "Quando cheguei à Fundação, já existia uma série de problemas instalados. A Furp depende de vendas e também de quem compra. Em 2015 as fábricas da Fundação não estavam conseguindo vender". Para o deputado Carlos Cezar (PSB), chama atenção o fato de ainda existirem funcionários ociosos dentro da Furp. Em resposta, Brocanelo Junior conta que a ociosidade dentro da fábrica vem diminuindo: "Nos últimos anos, quase dobramos o número de medicamentos produzidos e pretendemos aumentar ainda mais. Com esse crescimento, o número de funcionários também pode crescer". Sobre a possibilidade de privatização da Furp, Brocanelo Junior diz que a Fundação tem condições de competir com outras indústrias: "A Furp tem condições de caminhar com as próprias pernas. A Furp pertence ao governo de São Paulo e o que deve ser feito com ela é uma questão do Estado". Também estavam presentes na sessão os deputados Agente Federal Danilo Balas, Alex de Madureira, Beth Sahão e o presidente da comissão, Edmir Chedid.