Janeiro Verde busca conscientizar e reduzir taxa de mortalidade por câncer do colo do útero

Quase quatro mulheres a cada 100 mil morreram em decorrência da doença em 2019 no Estado de São Paulo
11/01/2022 18:31 | Campanha | Karina Freitas

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Janeiro Verde busca conscientizar e reduzir taxa de mortalidade por câncer do colo do útero<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2022/fg280784.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Infográfico<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2022/fg280810.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A campanha Janeiro Verde tem o objetivo de conscientizar a população, em especial as mulheres, sobre o câncer do colo do útero. A doença está relacionada ao contágio pelo Papilomavírus humano (HPV), que pode ser transmitido através de relações sexuais.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram registradas cerca de 6,5 mil mortes decorrentes do câncer no Brasil em 2019. Já no Estado de São Paulo, a estimativa é que 3,6 a cada 100 mil mulheres morreram com a doença, neste mesmo ano.

Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, foi criada a Lei 15.098/2013, de autoria da ex-deputada Ana Perugini, que institui o Dia Estadual de Combate e Prevenção ao Câncer de Colo de Útero, celebrado em 11 de março. O objetivo da norma é estimular ações informativas que conscientizem a população sobre a importância da prevenção da doença, além da necessidade da vacinação.

Com um desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas na fase inicial, mas quando mais avançado, pode causar sangramento vaginal intermitente ou, após relações sexuais, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a desconfortos urinários ou intestinais.

Uma das formas de diminuir a possibilidade de infecção pelo HPV é o uso de preservativos, porém é importante ressaltar que esse método protege parcialmente do contágio, que pode ocorrer por meio do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.

Outra forma de complementar essa prevenção é a vacinação contra o HPV, inserida no calendário vacinal em 2014 pelo Ministério da Saúde. A vacina é direcionada a meninas de 9 a 14 anos e meninos com idades entre 11 e 14 anos. Esse imunizante protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do Papilomavírus humano. De acordo com o INCA, os tipos 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero.



Mesmo com a vacinação, ainda é indicado que mulheres com 25 anos ou mais devem fazer o exame preventivo (papanicolau) periodicamente, já que a vacina não protege de todos os tipos de HPV que podem levar à doença. No caso de mulheres com imunossupressão, com HIV ou Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até os 45 anos de idade.

A oncologista Angélica Nogueira Rodrigues reforçou a importância da vacinação para a prevenção e afirmou que a vacina anti-HPV é mais eficaz, segundo estudos internacionais, quando falamos que ela evita o câncer, "para desvincular um pouquinho a questão de sexualidade, porque a gente vacina crianças muito jovens e isso traz resistência".

A deputada Edna Macedo (Republicanos) afirmou que é necessário ser didático no momento da conscientização. "Tem que ser feitas palestras de forma que as pessoas possam entender que mesmo não tendo relações elas têm que se prevenir, porque elas não sabem o dia de amanhã".

Ainda segundo o INCA, tabagismo, uso prolongado de pílulas anticoncepcionais, início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros podem aumentar o risco de desenvolver a doença.

O tratamento do câncer do colo do útero pode variar dependendo do estágio, tamanho do tumor e fatores como idade e desejo de ter filhos. Algumas das opções são cirurgia, quimioterapia e radioterapia, que devem ser escolhidas após uma avaliação e orientação médica.

alesp