Opinião - "Só elas conseguem!"

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11/03/2021 15:24 | Atividade Parlamentar | *Caio França

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Elas já foram consideradas o sexo frágil. E esse adjetivo em nada combina com elas. São verdadeiras fortalezas, guerreiras e leoas. Além de doces e delicadas. Têm a capacidade de realizar tarefas simultâneas de um jeito que só elas conseguem: são mães, funcionárias, esposas, avós, tias, amigas, administradoras do lar. Assim tudo junto e misturado. Essas são as nossas mulheres.

Inúmeros outros adjetivos também já surgiram com a finalidade de colocá-las em uma condição inferior ao homem. Foram muitas as lutas travadas ao longo dos séculos para que a mulher finalmente ocupasse o seu espaço na sociedade. Hoje elas estão em todos os cantos, onde elas desejam estar, em todas as profissões e áreas do conhecimento, mesmo que em menor proporção em determinadas atividades do mercado de trabalho, mas isso é só uma questão de tempo. Não tenho dúvidas de que, em breve, não haverá desigualdade em posições de trabalho e pisos salariais.

Essas conquistas resultam de um movimento antigo e permanente, liderado por mulheres fortes que não aceitaram imposições, limitações, opressões e agressões físicas e psicológicas, que insistiram em buscar os seus objetivos, muitas vezes inspiradas em exemplos de outras, aguerridas e revolucionárias no sentido de ajudar a construir uma nova era de libertação. São inúmeros os exemplos de mulheres que não se renderam aos padrões estabelecidos de uma época, que estiveram sempre à frente de seu tempo, que sofreram resistências e marcaram essa batalha pela independência feminina.

Para citar alguns exemplos podemos relembrar de Anita Garibaldi (1821-1849), Princesa Isabel (1846-1921), Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Tarsila do Amaral (1886-1973), Bertha Lutz (1894-1976), Carlota Queiróz, eleita a primeira deputada federal do País (1892-1982), Carmen Miranda (1909-1955), Patrícia Galvão (1910-1962), Zilda Arns (1934-2010) e tantas outras que se tornaram um símbolo de luta e que se destacaram em suas atividades.

No entanto, nesta semana em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, quero também lembrar das Marias, Anas, Lucias, Fernandas, Joanas, Rosas, Fátimas, Heloísas, Neuzas, Lauras, Mirthes e tantas outras personagens anônimas, cuja narrativa seja oculta para a grande maioria de nós, para os registros e livros históricos, mas que se reinventam e se superam de diferentes maneiras, principalmente em um momento crítico como este de pandemia, e que contribuem do mesmo jeito para a construção de uma sociedade sem distinção de gênero.

A todo  momento a mulher vem quebrando paradigmas e estereótipos e creio que as novas gerações estão cada vez mais conscientes dessa equidade. Conscientes de que não se pode tolerar discriminações, preconceitos ou qualquer tipo de violência em razão de gênero, raça, cor, religião ou classe social.

E muito disso se deve ao fato de que essas gerações nascem numa época de verdadeiras transformações, em que o pai e a mãe dividem a responsabilidade de criar os filhos, por exemplo. A sociedade contemporânea é repleta de exemplos de divisão de tarefas da vida diária que num passado não muito distante ficavam restritas à figura feminina.

Mas ainda que possamos comemorar alguns avanços, precisamos reconhecer a dificuldade de evoluirmos em outros como é o caso do assédio moral na gravidez. O abalo psicológico deixado por empregadores que praticam a perseguição às profissionais gestantes é um tema que precisa ser aprofundado e merece ser denunciado.

Durante os dois primeiro anos deste segundo mandato parlamentar, já apresentamos quatro projetos de lei que valorizam o papel da mulher na sociedade e reforçam a luta pelo empoderamento feminino e conferem todo o nosso respeito a quem nos deu a vida. São eles: PL 794/19: concede mais vagas de emprego às mulheres no setor da construção civil em obras públicas; PL 926/19: promove a igualdade nas premiações das competições esportivas; PL 350/19: prioriza a habitação popular às mulheres vítimas de violência doméstica e PLC 28/19: veta a contratação de pessoa em cargo comissionado que tenha sido condenado pelos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Seguimos na luta pela proteção dos direitos e garantias das mulheres. Feliz semana da mulher!

*Caio França é deputado estadual pelo PSB.

alesp