Servidores querem investimento e democracia no Centro Paula Souza

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13/05/2022 12:48 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Professor André, Carlos Giannazi e Sirlene Sales<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2022/fg286679.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Carlos Giannazi (PSOL) vai propor à Assembleia Legislativa um projeto de lei estabelecendo eleição direta e mandato de quatro anos para o cargo de superintendente do Centro Paula Souza, nos mesmos moldes adotados para a escolha dos reitores das universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp). A ideia já havia sido aventada anos atrás, mas ressurgiu ante a recusa de Laura Laganá em participar da audiência pública realizada na Alesp, em 11/5.

"Nós temos que considerar o Centro Paula Souza como uma espécie de universidade, e a pessoa que ocupa o cargo de superintendente, uma espécie de reitor. Por isso, deveria haver eleição direta, como acontece com os diretores das Etecs e Fatecs, que só podem ser reconduzidos uma única vez. Como um superintendente fica 18 anos no cargo? Ela é muito poderosa", ironizou o deputado.

Conforme relataram os participantes da audiência pública, nesses 18 anos, para atender a interesses políticos, o Centro Paula Souza veio expandindo sua rede sem oferecer os recursos necessários para tanto. E o resultado foi precarização. "Não há mais concurso público. Os professores têm contrato de um ano, renovável por mais um. Depois, têm de ficar seis meses na geladeira e, se renovam o contrato, podem ser mandados para qualquer unidade. Isso é muito desmotivador", afirmou o professor André.

Segundo o servidor administrativo Luís, a Etec Paulino Botelho, de São Carlos - cujo teto de gesso caiu sobre os trabalhadores no mês passado -, "pode ser tomada como símbolo do que vem acontecendo com nossa instituição". Ele relata que há falta de servidores em todas as áreas frente à demanda de trabalho. Além disso, os salários vêm sendo arrochados de tal forma que hoje estão entre as piores remunerações do funcionalismo estadual.

O professor Rafael leciona em três Etecs para garantir seu sustento com a hora-aula a R$ 20. Entretanto, ele não pode se planejar, fazer um financiamento, nem nada do gênero. "Nós não temos uma jornada de trabalho digna e garantida. O professor poder dar 20 aulas em um ano e no outro, duas", lamentou.

Para o professor Sílvio, da Etec Tereza Nunes, em Arthur Alvim, é inconcebível que seja necessário lançar mão do dinheiro das APMs para fazer reparos urgentes nas escolas, como janelas caindo e goteiras no teto. "Há alunos abandonando os cursos porque eles não veem estrutura nenhuma ali, mesmo havendo professores qualificados", lamentou.

Sirlene Sales, que presidiu o debate, explicou que as reivindicações imediatas da categoria são a bonificação de 2021, o abono Fundeb e o vale alimentação de R$ 30 para todos. "Nós, do Centro Paula Souza, não recebemos os 33% do Piso Nacional e nem o dinheiro do Fundeb. Recebemos os míseros 10%, que não repõem as nossas perdas. Não vamos mais aceitar esse sucateamento. Esse processo de mobilização está apenas começando", advertiu.

alesp