Na última sexta-feira (10/12), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo homenageou com o Prêmio Santo Dias, duas instituições e uma pessoa que se destacaram pelos trabalhos realizados em prol do desenvolvimento e da promoção humana no Estado. Devido à pandemia da Covid-19, a premiação de 2020 precisou ser adiada. Neste ano, foram tomadas medidas de segurança para garantir a segurança dos presentes no evento, que ocorreu de forma presencial. Santo Dias Líder operário metalúrgico, Santos Dias da Silva foi um militante membro da Pastoral Operária de São Paulo e era uma figura com forte presença no movimento dos trabalhadores. Foi assassinado no dia 30 de outubro de 1979, em plena ditadura militar, durante uma greve pacífica na zona sul da cidade de São Paulo. A premiação Logo no início, a reunião teve apresentação artística do Conspira MC, rapper da zona sul da cidade de São Paulo, que cantou sobre conscientização, igualdade e direitos humanos. Um dos ganhadores do prêmio foi o advogado Julio Cesar Bueno, com indicação da deputada Patrícia Bezerra (PSDB). Bueno afirmou estar contente pela homenagem e reforçou o papel de todos na sociedade em participar da luta pela promoção da igualdade. "O trabalho que nós desenvolvemos é voltado para a defesa dessas minorias e maiorias minorizadas e, principalmente, no fomento do trabalho dos aliados". "Eu, como aliado, entendo que o nosso papel é muito importante para juntar outros aliados, promover conhecimento sobre questões de diversidade e inclusão e, da importância de nós termos um olhar empático para a sociedade", disse. A parlamentar explicou que, para ela, a escolha do indicado para receber o prêmio foi simples, do ponto de vista meritocrático, pois o advogado possui um histórico de atuação na luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, além de ter sido responsável pela implantação de um departamento voltado para a defesa das minorias em um dos maiores escritórios da América Latina. "Hoje, devido ao trabalho dele dentro do escritório, existe um novo olhar para a comunidade LGBTQIA+, e isso é extremamente relevante para a luta que a gente faz de conscientização aqui". "É mais do que meritório, foi super tranquila a votação e todos consideraram justo", disse. Já o deputado Emidio de Souza (PT), indicou a Coalizão Negra Por Direitos, em conjunto com as deputadas Erica Malunguinho (PSOL) e Márcia Lia (PT). Ele afirmou que a instituição se diferenciou pelos trabalhos desenvolvidos em benefício de pessoas vulneráveis, além da atuação na luta contra o racismo. "Muitas pessoas se destacaram, principalmente durante a pandemia da Covid-19 na qual a solidariedade se multiplicou em vários cantos. Escolhemos a Coalizão Negra que luta contra o racismo e também realiza um trabalho de solidariedade às pessoas que precisam", explicou. A representante da Coalizão Negra Por Direitos, Sheila de Carvalho, comemorou o recebimento do prêmio pela organização. "A Coalizão é uma articulação com mais de 250 organizações do movimento negro brasileiro que atua há três anos no enfrentamento ao racismo e na promoção dos direitos humanos. É muito bom ser reconhecido pela Assembleia e uma honra receber esse prêmio", afirmou. Armínio Koop representou A Mão Cooperadora, uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1975, com obras sociais e educacionais voltadas ao atendimento do público infantil. Ele afirmou estar honrado por participar da premiação. "É um orgulho para nós estar aqui hoje, depois de muitos anos trabalhando em prol das crianças", disse. O deputado Douglas Garcia (PTB) foi o responsável pela indicação. Para ele, o trabalho desenvolvido na área da educação foi o fator motivacional. "Eu escolhi essa associação específica, porque ela está localizada no extremo sul da cidade de São Paulo e é completamente esquecida. É uma região em que o desenvolvimento econômico não alcança, então essas crianças precisam de uma oportunidade na vida", afirmou.