Solenidade virtual realizada nesta quarta-feira (21/7) debateu a precarização das moradias nos centros urbanos do Estado de São Paulo, principalmente em Piracicaba, onde ocorreu um incêndio na Comunidade Frederico no começo do mês. O evento, organizado pela deputada Professora Bebel (PT), teve a participação de vereadoras do município, profissionais da área da habitação, líderes de movimentos sociais e moradores locais. "Discutir habitação não é um problema apenas de quem não as tem, mas também um problema de bem-estar social de uma cidade, Estado ou país. É triste encontrarmos pessoas morando em praças, ruas e em moradias precárias. Ter um teto para morar é o básico para se viver, é sobre direitos humanos", disse a parlamentar. A vereadora de Piracicaba Rai de Almeida afirmou que a habitação é um tema muito emergente em nossa sociedade e que acredita que garantir a moradia para o cidadão é assegurar uma parte de uma vida digna. "O incêndio em Frederico desabrigou 15 famílias, por isso convocamos esse debate. Não podemos ter uma tragédia como essa", disse. O arquiteto Estevam Otero, que também é professor e pesquisador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, explicou que, nos últimos dez anos, Piracicaba passou por um intenso aumento de construção e de preços de moradias e terras, mas que as camadas sociais mais baixas não conseguem ter acesso a esses loteamentos. "No período do boom imobiliário, a população que vive em favelas também cresceu, e chegou a 7% em Piracicaba. A inflação imobiliária foi de 60%, e ela pressiona o conjunto da população mais pobre, que não consegue pagar por uma habitação. Esse reflexo pode ser percebido em várias outras cidades do interior paulista. O incêndio da Comunidade Frederico é resultado da precariedade das moradias que dependem de uma assistência estatal", disse o pesquisador. Também participaram da atividade representantes de movimentos sociais, como a Central de Movimentos Populares e a Unificação das Lutas de Cortiço e Moradia, moradores e interessados ao tema.