Em audiência pública na Alesp, moradores de Iporanga contestam concessão do Petar

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24/11/2021 13:21 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Dezenas de moradores do município de Iporanga - entre eles o prefeito Alessandro Mendes e os vereadores Rosimara Fonseca e Adilson Rodrigues - enfrentaram sete horas de estrada para participar de audiência pública na Assembleia Legislativa, em 23/11. Promovido com apoio de Carlos Giannazi (PSOL), o principal objetivo do encontro foi denunciar a falta de diálogo com que está sendo promovido o processo de concessão do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar).

Membro do Movimento Petar sem Concessão, Ana Beatriz destacou que o município de Iporanga tem grandes entraves para seu desenvolvimento, tanto na área urbana, por conta do tombamento do centro histórico, quanto na zona rural, toda ela inserida no Mosaico de Unidades de Conservação do Paranapiacaba. Restando apenas o turismo como atividade econômica viável, a entrega do Petar à iniciativa privada vem provocando insegurança à população, que teme por perder o seu ganha-pão.

O Petar tem 30% de sua área no município de Apiaí e 70% no de Iporanga, mas como o escritório fica em Apiaí, toda a arrecadação de ISS fica com o município vizinho. "A única coisa que o Petar nos oferece é o lixo, que temos de levar ao aterro sanitário", lamentou o prefeito Alessandro. Comentando o potencial do núcleo Casa de Pedra, o prefeito também quer evitar a implantação de uma estrada que ligue essa caverna ao núcleo Caboclos, cujo acesso se faz pela estrada Apiaí-Guapiara.

Os pesquisadores José Antonio Ferrari (Instituto Geológico) e Paulo César Boggiani (Instituto de Geociências da USP) afirmaram que há alternativas à concessão que poderiam ser construídas em conjunto com a comunidade, respeitando o conhecimento local já existente e todo o trabalho de conservação das trilhas que vem sendo realizado pelos agentes locais de turismo, dada a inação da Fundação Florestal.

Com sua experiência de quatro mandatos na Alesp, já tendo acompanhado várias privatizações e concessões, Giannazi advertiu aos monitores ambientais que não se iludam em relação a uma possível melhoria em seus rendimentos. "As privatizações sempre trazem precarização do trabalho, prejuízos à população e danos ao meio ambiente", lamentou.

Embora convidados, o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, e o presidente da Fundação Florestal, Gerd Sparovek, não compareceram à audiência. A ideia agora é aprovar um pedido de convocação desses gestores na Comissão de Meio Ambiente da Alesp. Nesse caso, o comparecimento será obrigatório.


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