Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra e Periférica é lançada na Alesp

Coordenada por Paula da Bancada Feminista (PSol), Frente vai buscar "acesso à educação" e "articulação com movimentos sociais"
25/05/2023 17:22 | Frente Parlamentar | Juliano Galisi, sob supervisão de Cléber Gonçalves | Foto: Rodrigo Costa

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Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301839.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301840.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301841.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2023/fg301842.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou na noite de terça-feira (24) o evento de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Juventude Negra e Periférica. O bloco suprapartidário é coordenado pela deputada Paula da Bancada Feminista (PSol).

O lançamento da Frente contou com parlamentares e representantes da sociedade civil. A Mesa foi composta por Julia Gomes, conselheira estadual da juventude e representante do Uneafro; Felipe "Choco" Campos, pesquisador e mestre em filosofia pelo Programa de Estudos Culturais da EACH/USP; e MC Mamuti, artista, apresentador e organizador de batalhas de rima.

Entre as entidades que marcaram presença no evento, estão o Núcleo Consciência Negra da USP, a Frente LGBT de Suzano, a Coalizão pela Socioeducação e o Movimento Negro Unificado.

Para Paula da Bancada Feminista, o espaço da Frente deve ser de todos os interessados na construção de um horizonte melhor para a juventude da periferia. "Essa frente parlamentar não é só do mandato da 'Bancada Feminista'. Idealizamos o bloco em razão da importância de tratar esse debate como prioridade no Estado de São Paulo", disse Paula no início da reunião.

Segundo a parlamentar, a Frente terá como principais pautas a defesa da juventude negra, o combate ao superencarceramento e o desenvolvimento da cultura periférica. Para tal, afirma Paula, as políticas serão construídas por meio do "acesso à educação" e "da articulação com movimentos sociais que atuam na periferia".

Frentes Parlamentares e sociedade civil

Frentes parlamentares são blocos compostos por deputados interessados na defesa conjunta de propostas e ideias de um assunto em comum. A organização desses blocos é realizada de modo independente às bancadas dos partidos.

O diferencial das frentes parlamentares é a construção de políticas públicas em conjunto com entes da sociedade civil. Para a Frente em Defesa da Juventude Negra e Periférica, esse escopo é essencial. "Queremos construir na Alesp um espaço de diálogo entre os movimentos sociais e ativistas que atuam em defesa da nossa juventude", destacou Paula Nunes, codeputada pelo mandato da Bancada Feminista.

Flávia Andrade Santos, do curso pré-vestibular Chico Mendes, de Suzano, vê na Frente Parlamentar uma possibilidade de intercâmbio entre iniciativas populares. "Espero que possamos nos conhecer e, assim, observarmos as diversas realidades da periferia", destacou a professora.

Movimentos culturais

Os convidados discursaram sobre as dimensões culturais das atividades de lazer nas periferias. O baile funk e a batalha de rima, para além do entretenimento, representam vetores de transformação social muito importantes para os jovens dessas localidades.

"Quando você é da periferia, seu lazer muitas vezes é apenas o baile funk, mas você pode ir [ao baile] e não voltar mais", disse a conselheira estadual Julia Gomes. "Temos que construir [políticas públicas] juntos, no coletivo, essa é uma iniciativa do mandato da Bancada Feminista para todos nós", completou a representante da Uneafro.

Para MC Mamuti, que organiza a batalha de rima "da Matrix", em São Bernardo do Campo, a cultura do beat é, sobretudo, fruto da força de vontade da juventude nas periferias. "Muitas vezes, começa com quatro ou cinco jovens que sequer possuem uma caixinha de som, mas têm vontade, beatbox e uma rima. É um movimento cultural gigantesco", afirmou o artista.

Cultura como transformação

O evento contou com uma intervenção do artista Claudio Antonio da Cruz, conhecido como Kric Cruz. Rapper e escritor, Kric é sobrevivente do Carandiru e reiterou como a cultura pode ser uma força transformadora da realidade nas periferias.

Kric afirma que tudo começou na própria detenção. "No Carandiru, descobri uma forma de sair de lá e nunca mais voltar. Essa forma era por meio da cultura. Investi nos estudos, eu era semianalfabeto. E, no próprio pavilhão, fiz um espaço cultural, comecei a rimar por lá", disse Cruz.

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