Evento discute importância do diálogo na democracia


27/09/2019 19:29 | Instituto do Legislativo Paulista | Laysla Jacob - Foto: Vilma Jacob

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Mesa do evento<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240627.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240620.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Encerramento da palestra<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2019/fg240621.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto Legislativo Paulista (ILP) colocou em pauta nesta sexta-feira (27/9) uma das questões que mais gera dúvidas em um cenário de polarização: como conversar com quem pensa diferente de nós?

O evento "Chá com democratismo", promovido pelo Grupo de Estudos Democratismo, foi um bate-papo entre três principais convidados com a interação do público. Durante a conversa, foram levantados diversos aspectos relacionados a forma de exercer a cidadania e estabelecer um diálogo com o outro, de forma respeitosa, mesmo que esse outro seja adepto de um ponto de vista ou ideologia totalmente diferente da que você professa.

Um dos convidados foi Marcelo Semer, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo; Cindy Carbonari, graduada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e mestre Mafoane Odara, psicóloga do Departamento de Psicologia Social da USP. Os temas trazidos pelos convidados foram sobre a liberdade de expressão contra o discurso de ódio, o aprendizado sobre comunicação não violenta e como conversar com quem diverge de você, respectivamente.

A advogada Adriana Cecílio organizou o evento e foi a mediadora dos debates. Ela explicou que, embora algumas questões sejam acadêmicas, a ideia principal é levar alguns conceitos, de forma simples, para que as pessoas consigam compreender e utilizá-los no dia a dia.

Não existe democracia sem diálogo

"A ideia é instrumentalizar as pessoas para que elas consigam retomar o diálogo, pois, afinal, nós entendemos que não existe democracia sem diálogo. Nós precisamos fazer com que as pessoas consigam conversar com quem diverge delas, e principalmente saibam como sair de situações de comunicação violenta, quando alguém diz não se encaixar com o que o outro pensa", explicou Adriana.

O juiz Marcelo Semer trouxe para a pauta os conceitos de liberdade de expressão e discurso de ódio. "Na Constituição, tanto a liberdade de expressão como a proibição da discriminação são previstas. É preciso compatibilizar, pois a liberdade de expressão é essencial para uma sociedade pluralista. Por outro lado, o discurso de ódio não pode ser abrigado pela liberdade de expressão", explicou. Semer também explicou como o discurso de ódio pode ser feito de outro modo além da expressão. "A censura também pode ser uma forma de discurso de ódio, como aconteceu com o gibi na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, em que uma cena de afeto entre homossexuais provocou a ação.

O bate-papo também abordou maneiras de como manter uma conversa apenas evitando certos adjetivos. A advogada Cindy Carbonari alertou que é preciso ser poliglota nestas situações. "Muitas vezes a linguagem que falamos é diferente da linguagem de quem está ouvindo. Quanto mais adotarmos adjetivos e generalizações, mais isso pode nos distanciar daqueles que estamos conversando. Se eu de fato quero um mundo mais inclusivo e democrático, talvez tenha que adotar uma linguagem comum. Essa linguagem não tem adjetivos, polarizações e nomes para os grupos", disse Carbonari.

No fim do encontro, foi distribuído o livro "Derrubando muros e construindo pontes", do Instituto Avon. O conteúdo trata de parte do que foi abordado na discussão.

alesp