Debate sobre segurança nas escolas persiste na Alesp; confira os pronunciamentos desta quinta, 30

Além desse, temas relacionados a pessoas com deficiência e situação da Saúde no interior entraram em pauta no Expediente
30/03/2023 18:48 | Sessão Ordinária | Juliano Galisi, sob supervisão de Cléber Gonçalves | Foto: Rodrigo Costa

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Plenário Juscelino Kubitschek durante o Expediente<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2023/fg297839.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro continua a render debates entre parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A fim de evitar novos crimes de ódio, os deputados vêm discutindo propostas para o bem-estar e segurança nas escolas paulistas. Este e outros assuntos pautaram a sessão ordinária desta quinta-feira (30).

De segunda a sexta-feira, a partir das 14:30, ocorrem as sessões ordinárias, que são divididas entre Pequeno e Grande Expedientes. De acordo com o Regimento Interno da Casa, os deputados podem conduzir discursos de tema livre na tribuna. Confira, a seguir, os destaques da sessão.

Segurança nas escolas

Conte Lopes (PL) foi o primeiro a comentar sobre a segurança nas escolas. Para o deputado, a proposta de contar com maior apoio das polícias na prevenção de ataques como o da última segunda-feira foi mal interpretada pela oposição. "Temos quantas escolas no Estado? Por volta de cinco mil? Se colocarmos um homem em cada escola, isso já é o efetivo de toda a Polícia Militar. É impraticável, ainda mais porque o policial não iria desempenhar o seu papel, que é dar segurança para a sociedade", afirmou Lopes.

A deputada Professora Bebel, do PT, fez uso do Grande Expediente para responder Lopes. "A gente defende a Ronda Escolar. Creio que houve um ruído, pois nós sabemos do problema com os efetivos policiais". A parlamentar, em seguida, apresentou uma pesquisa conduzida pelo Instituto Locomotiva a respeito da percepção de segurança dentro das escolas.

De acordo com o estudo, 69% dos estudantes e 68% dos professores de escolas públicas do estado de São Paulo afirmam sentir nível "alto ou médio" de violência dentro do ambiente escolar.

O Instituto Locomotiva revelou, ainda, que a percepção da violência como uma "realidade" na comunidade escolar é sensivelmente maior nas periferias. Bebel, por fim, afirmou que "a saída para os problemas é o diálogo e a gestão democrática nas escolas".

O deputado Reis (PT), adiante, retomou o assunto, chamando a atenção para a capilaridade do crime no ambiente escolar. "O Estado deixou de existir nas periferias e deu lugar para uma gestão paralela, que está levando violência e drogas para as escolas".

O parlamentar destacou, ainda, que cada situação deve ser compreendida dentro de seu contexto e a partir de múltiplos fatores, como atuação do Estado e presença dos pais na educação dos filhos. "Toda essa questão é um conjunto, não são coisas isoladas das outras. (...) É uma discussão que deve ser feita analisando caso a caso", ponderou o deputado.

Pessoas com deficiência

Andrea Werner (PSB) relembrou na tribuna que, no dia de hoje, é celebrado o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. Ela saudou o chefe de seu gabinete e destacou que 2 milhões de brasileiros são acometidos com o transtorno, que é crônico.

Werner chamou a atenção para o diagnóstico da condição, que muitas vezes é confundido com depressão e acaba por afetar todo o tratamento. "Essas pessoas precisam de empatia e acolhimento social", disse a deputada.

Rafael Saraiva, do União Brasil, reiterou que defenderá a pessoa com deficiência na Alesp da mesma forma que atuou na Câmara Municipal da Capital Paulista. "Enquanto vereador em São Paulo, dei voz para as famílias atípicas. Estive e conversei com muitas mães atípicas e entendi melhor os problemas que elas passavam. Foi esse mandato que me trouxe até aqui", destacou Saraiva.

Demais discursos

Simão Pedro, do PT, fez uso da tribuna para repercutir o descarrilamento de trem da linha 8-Diamante na manhã desta quinta. Segundo o parlamentar, o processo de concessão da linha para a iniciativa privada foi "acelerado" e "feito de forma suspeita".

O deputado Paulo Mansur, do PL, saudou o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao país. "Foram 89 dias com Jair Bolsonaro fora do Brasil. Acho que foi um período de descanso, pois foi uma campanha dura e injusta para com o ex-presidente", disse Mansur.

O petista Paulo Fiorilo, por sua vez, discursou a respeito da missão que realizou em território japonês na última semana. O deputado, que foi acompanhado por outros agentes públicos brasileiros na expedição, apresentou um resumo das visitas a museus, escolas e autoridades do Japão.

Vinícius Camarinha, líder da federação PSDB/Cidadania, manifestou repúdio ao discurso proferido pela deputada Dani Alonso (PL) na sessão de quarta-feira (29). Na ocasião, Alonso criticou o atendimento no Hospital das Clínicas de Marília, alegando superlotação e a necessidade de "pessoas técnicas e comprometidas" na gestão da autarquia. Segundo Camarinha, a parlamentar do PL está criticando quem está "trabalhando e se empenhando" para melhorar o hospital. "Não posso aceitar esses ataques", disse Vinícius.

A saúde também foi pauta do deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), que argumentou em favor do novo arcabouço fiscal. Marcolino alegou que a proposta do ministro Fernando Haddad permite mais aportes para a área. "A demanda por saúde é crescente e o investimento estava congelado pela PEC conhecida como 'teto de gastos'. Com essa nova norma, vamos garantir mais investimentos para a saúde, tal como era feito entre 2003 e 2016", afirmou o parlamentar.


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