A sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo desta sexta-feira (31) foi marcada pela defesa da democracia, por conta de a data marcar o 59° aniversário do início do regime militar, e por uma denúncia feita na tribuna pela deputada Thainara Faria. Os parlamentares ainda abordaram a concessão das linhas 8 e 9 do trem de São Paulo e a redução do adicional de insalubridade de servidores das polícias do estado. De segunda a sexta-feira, acontecem as sessões ordinárias na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. A partir das 14h30, ocorrem o Pequeno e o Grande Expedientes nos quais os parlamentares têm, respectivamente, 5 e 10 minutos para falar sobre temas de livre escolha. Memória No dia em que completam 59 anos da instauração do regime militar no Brasil, alguns deputados subiram à tribuna para comentar o assunto. O deputado Paulo Fiorilo (PT) foi o primeiro a recordar a data e ratificou a importância da defesa da democracia. "O registro aqui tem que ser sempre em defesa da democracia. Nós podemos ter todas as divergências, mas jamais tensionar a democracia. Podemos brigar por ideias, nunca por vidas", afirmou. Ediane Maria (PSOL) também usou seu espaço na tribuna para comentar o assunto e denunciar as violências sofridas pelas pessoas que vivem em periferias. "A ditadura continua, porque nós continuamos morando no morro, longe do saneamento básico, longe dos acessos à cidade, longe de tudo. Nós continuamos com medo de acontecer um desmoronamento, nós continuamos com medo quando nossos filhos saem à noite", relatou a deputada. Outro que também discursou sobre a data foi Eduardo Suplicy (PT). O parlamentar contou como foi viver a época, quando tinha 23 anos e era presidente do Centro Acadêmico da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. "Desde meu tempo de estudante, sempre estive ao lado da luta pela democracia". Denúncia A deputada Thainara Faria (PT) usou a tribuna para registrar uma denúncia de racismo que teria sofrido. "Eu vou fazer uma fala nesta tarde que eu não gostaria de fazer, mas vai ser necessário que eu a faça", começou a parlamentar. A partir daí, Thainara relatou alguns casos que classifica como racistas e que teriam acontecido com ela desde a posse no dia 15 de março. "Eu não gostaria de estar chorando aqui agora, mas a questão é que dói muito toda hora sofrer racismo. Quando não dói, ele mata a gente. E eu não quero que mais ninguém passe por isso", disse a parlamentar, emocionada. Os deputados Eduardo Suplicy (PT) e Donato (PT), que discursaram após a deputada, prestaram solidariedade à companheira de bancada. Outros assuntos O deputado Donato (PT), além de comentar a fala de Thainara, colocou em debate o tema da concessão das linhas 8-diamante e 9-esmeralda do trem paulista, que aconteceu em 2022. "Algumas CPIs apontam a necessidade de investigação desse consórcio. A imprensa denuncia, o Ministério Público de São Paulo pede a quebra do contrato. Então, essa Casa precisa se manifestar", declarou. O deputado ainda disse que pretende, pela Comissão de Transportes, investigar a empresa que coordena as linhas. Reis (PT) discursou sobre a redução do adicional de insalubridade dos oficiais administrativos que trabalham na Polícia Civil e Militar do Estado de São Paulo. "Esses profissionais trabalham em ambiente insalubre, delegacias, departamentos, e o seu grau de insalubridade foi reduzido para o grau mínimo", comentou. Segundo o parlamentar, o órgão que analisa o grau de insalubridade sequer visita o local de trabalho desses profissionais e causou redução de cerca de 600 reais na remuneração de alguns servidores.