Violência atinge 81% das escolas estaduais, afirma Hamilton Pereira


28/03/2001 16:34

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O deputado estadual Hamilton Pereira (PT), primeiro secretário da Assembléia Legislativa, divulgou pesquisa do Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), realizada no final do ano passado, que mostra que 81% das escolas da rede pública estadual já sofreram algum tipo de violência.

Entre os tipos de violência praticada contra os bens materiais, 52% das escolas sofrem depredações no prédio, 51%, arrombamentos, e 36% furtos. Da violência contra as pessoas, 84% das escolas sofrem por desacato e agressões físicas ou verbais a professores, 64%, desacato e agressões a funcionários e 49%, a diretor. O uso de armas por alunos atinge 18% das escolas e as ameaças de morte a alunos, funcionários, professores e direção, 22%.

O aumento da violência em relação aos anos anteriores também foi apontado por 44% das escolas. A indisciplina dos alunos também aumentou segundo 51% das escolas pesquisadas.

Entre os principais problemas referentes à família, apontados pelos diretores e Conselho de Escola, que levam os alunos à indisciplina, são a omissão dos pais, desagregação familiar, uso de drogas, desemprego e exclusão social. Com relação ao aluno, 32% acham que é a falta de perspectivas, descrença nas instituições, desinteresse pela escola, falta de identificação com os professores e com a escola.

Sem medo de ir à escola. Projetos de conscientização e valorização da escola envolvendo pais, alunos e comunidade em geral, são apontados como solução para o problema da violência nas escolas, por 55% das 496 escolas estudadas na pesquisa realizada pela UDEMO no final do ano passado.

Os projetos pedagógicos das Escolas apresentam-se ineficientes. É necessário que se crie e aplique um projeto pedagógico que possibilite a participação ativa da comunidade na escola e integre atividades multidisciplinares com envolvimento de profissionais habilitados que possam colaborar nas áreas da psicologia, assistência social, terapia ocupacional, orientação quanto ao uso de drogas etc.

O Sindicato avalia que tanto a comunidade deve participar, como a escola deve oferecer à comunidade projetos coletivos, de cultura e lazer, estimulando as ações sociais, a solidariedade e desenvolvendo regras de convivência, "criando um certo 'pacto coletivo' que legitime a importância da instituição escolar".

Segundo Hamilton Pereira, autor do Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária para Prevenção e Combate à Violência nas Escolas, "é exatamente isso que o nosso Programa, transformado na Lei Estadual 10.312, prevê e que o governo do Estado, adotando-o como 'Parceiros do Futuro', está deixando de cumprir".

O projeto original prevê a inclusão da comunidade no dia-a-dia da escola, criando uma ativa participação da comunidade, ao contrário de somente abrir a escola aos finais de semana, como vem fazendo o governo do Estado.

Hamilton comenta a importância de se expandir o projeto para o interior, uma vez que a violência nas escolas não é um fenômeno isolado da Capital. "Expandindo o projeto para o interior teremos uma ação global, uma reação em cadeia, com a multiplicação das informações e um trabalho de conscientização mais efetivo". Pensando nisso, o Deputado já apresentou o programa em Guarulhos e Diadema.

"Este é um projeto muito importante porque envolve não só os alunos das escolas, como toda a comunidade, entre pais de alunos, professores, funcionários e moradores dos bairros próximos, em ações em prol da própria comunidade", explica Hamilton Pereira. "Isso gera um vínculo de respeito com o espaço da escola, entre os membros da comunidade, a partir do convício social sadio, além de promover medidas socioeducativas e sanar o problema de falta de opções de lazer, grande gerador de violência", conclui o deputado.

(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Hamilton Pereira - 3886-6952/6953)

alesp