A passagem do Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março, convida-nos à reflexão e celebração. Devemos refletir sobre a dureza das lutas das mulheres para conquistar direitos, dignidade e respeito. A batalha contra o preconceito é outra face dessa luta. O Dia Internacional da Mulher foi criado pelas próprias mulheres, e um marco histórico foi justamente uma marcha de protesto, ocorrida no dia 8 de março de 1857, em Nova York, nos Estados Unidos. As mulheres trabalhadoras em indústrias têxteis e de vestuário protestaram contra as precárias condições de trabalho e os baixos salários. A partir dessa época, esse dia foi marcado pela comemoração das conquistas econômicas, políticas e sociais das mulheres.

No Brasil, as conquistas do sexo feminino também foram precedidas de muita luta e perseverança. O direito ao voto, por exemplo, só foi obtido em 1932, com o Código Eleitoral Provisório, no qual veio embutida a discriminação: as mulheres casadas poderiam votar, mas com autorização do marido; já as solteiras e viúvas tinham direito a votar, desde que possuíssem renda própria. Essas restrições foram eliminadas em 1934, mas o voto feminino tornou-se obrigatório somente em 1946.

A mulher brasileira ainda batalha pela igualdade salarial. Exceto no serviço público, que tem salários uniformes, independentemente de sexo, na iniciativa privada o Brasil ocupa a vergonhosa posição de 100º lugar no ranking de igualdade salarial entre homem e mulher, conforme levantamento feito em 130 países e divulgado no Fórum Mundial de Economia, em novembro do ano passado. Além disso, em alguns casos elas sofrem outros tipos de discriminação: se estão grávidas não conseguem emprego, se têm filhos pequenos fica mais difícil obter uma colocação. E existe ainda, em muitos setores do trabalho, o preconceito contra a mulher idosa, a negra e a deficiente.

Apesar de todas as dificuldades encontradas pela mulher brasileira para ocupar seu espaço, com respeito, dignidade e livre de preconceitos, devemos celebrar suas conquistas ao longo das últimas décadas. A brava mulher brasileira conquistou importantes posições em praticamente todas as áreas do trabalho, no meio artístico, no esporte e lazer e na política, entre outras muitas atividades. Temos valorosas mulheres dirigentes de empresas, nos tribunais superiores de Justiça, no Ministério Público, na polícia. O Brasil foi premiado com grandes escritoras, artistas plásticas, atrizes, cantoras e compositoras. Na política, temos governadoras, inúmeras prefeitas, deputadas, senadoras, vereadoras e ministras.

Portanto, fica aqui a nossa saudação à mulher, mãe, companheira, solteira, viúva, idosa, trabalhadora, e todas as profissionais das mais diversas áreas. Que prossigam com essa batalha, com o nosso apoio, em busca do bem-estar, da igualdade em sua plenitude, de melhores condições de trabalho e de salário. E sempre combatendo a discriminação e o preconceito. Parabéns, mulher brasileira.



*Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS.