Há dois anos o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou um projeto de lei, mais tarde encaminhado ao Congresso Nacional, para que fosse discutido e eventualmente aprovado: o projeto que defende a proibição da venda e do uso de armas. Já naquela época recorri à minha experiência de deputado estadual e de jornalista e radialista para tentar alertar a sociedade de nosso país e os parlamentares federais sobre o verdadeiro absurdo da idéia de impedir o uso de armas por cidadãos que tentam se defender de bandidos fortemente armados.

Conforme cheguei a afirmar naquele tempo, o presidente Fernando Henrique Cardoso se deixou levar por um grupo de maus assessores e pediu ao então ministro da Justiça, Renan Calheiros, que preparasse o tal projeto. Calheiros caiu e seu cargo passou a ser ocupado por José Carlos Dias, que também caiu... O atual ministro da Justiça, aquele que usa e abusa do termo "direitos humanos" e vive protegendo só o direito de bandidos, entra novamente em cena, de vez em quando, para defender o projeto, que felizmente está parado no Congresso, depois de ter sido examinado e alterado em comissões especiais do Senado e da Câmara de Deputados.

Com o fim do recesso parlamentar de julho, o governo federal volta à carga para pressionar no sentido de que seja aprovada a proibição de venda e uso de armas. Nessas horas é possível perceber a importância de nosso país ter três Poderes atuantes: Executivo, Legislativo e Judiciário. No Legislativo, deputados e senadores cumprem a missão de questionar, evitando transformar em lei aquilo que surge como enorme absurdo.

*Afanasio Jazadji é jornalista, radialista e deputado estadual pelo PFL