ABERTURAS NO MERCADO DE TRABALHO

Antonio Duarte Nogueira Júnior*
29/03/2001 16:08

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A dificuldade dos adolescentes para entrar no mercado de trabalho foi um dos itens apontados pelo levantamento realizado pela Fundação Seade como um dos fatores que agravam o desemprego. Um dos motivos para esse comportamento é o desestímulo que o jovem sente diante das exigências do mercado de trabalho.

Pela pesquisa, foi detectada uma tendência de redução na taxa de participação no mercado de jovens de 15 a 17 anos e entre os jovens de 18 a 24 anos. No entanto, a estatística se confere na maior parte das famílias, sobretudo naquelas em que o jovem engrossa a renda e tem poucas chances de enfrentar o ensino superior.

Nesse caso, o ensino profissionalizante pode ser uma das portas de entrada para o mercado de trabalho. O programa "Profissão", parceria entre o governo e o Senac, foi lançado na semana passada com esse propósito: abriu 50 mil vagas em 38 cursos profissionalizantes. Concluído o ensino médio, com mais um ano, o aluno sai com uma profissão e mais uma ferramenta para entrar no mercado de trabalho. O esforço do Estado foi de R$ 50 milhões, R$ 1 mil por aluno.

Já o programa "Meu Primeiro Trabalho" é voltado a jovens de 16 a 21 anos, que estão saindo do ensino secundário e que precisam de uma força para encontrar um estágio remunerado. Por meio de um convênio com a iniciativa privada, o aluno recebe uma bolsa-estágio, enquanto tem a sua primeira oportunidade de colocar o que aprendeu em prática e criar a possibilidade de ser contratado. O programa já está dando bons resultados na região metropolitana de São Paulo e será distribuído pelo interior.

No entanto, o desafio de conseguir trabalho também faz parte da realidade da população com faixa etária mais elevada e sem qualificação. Nesse caso, os cursos para treinamento e requalificação de mão-de-obra também são uma oportunidade a mais para voltar ao mercado de trabalho. A exigência na contratação hoje em dia se inverteu: ao invés do profissional que faz de tudo, o mercado quer o trabalhador especializado e bem treinado para uma determinada função.

Além da qualificação da mão-de-obra de jovens e trabalhadores mais velhos para facilitar a busca de trabalho, a ação do Estado também visa a emprego e renda. O Banco do Povo oferece empréstimos de R$ 200 a R$ 5.000, a juros de 1% ao mês. Já há no Estado 82 agências, entre elas Ribeirão Preto, inaugurada pelo governador Mário Covas em agosto do ano passado. Dezessete milhões já foram emprestados, beneficiando 30 mil pessoas.

Ações articuladas como essas, de geração de oportunidades de emprego e renda, qualificação e requalificação de mão-de-obra, são uma prova de que o Estado está fazendo sua parte. Como bem disse o governador Geraldo Alckmin, o governo propicia a mudança, mas ela só ocorre por meio do empenho de cada cidadão.

* Antonio Duarte Nogueira Júnior é engenheiro agrônomo, deputado estadual, líder do governo e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas de 1995-1996.

alesp