Opinião - COP: um passo atrás


22/12/2009 16:53

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A conferência do clima da ONU, realizada em Copenhague, foi frustrante. Foram 13 dias de reuniões, sem qualquer resultado prático nem a definição de metas de cortes em emissões de gases do efeito estufa. Estava em Copenhague a esperança que todos tinham de que a comunidade de nações apresentaria propostas sérias para enfrentar a mudança do clima. No entanto, o evento terminou no último sábado, 19/12, sem consenso entre os países, muito menos com compromissos das nações.

Essa situação reforça nosso descrédito nos líderes mundiais quando o assunto é proteção do meio ambiente. A mãe natureza é a única capaz de salvar o planeta, se tiver por parte do homem ações conscientes de preservação. Mas pelo que vemos o capitalismo selvagem continua imperando.

Se dependermos das autoridades, infelizmente vamos andar para trás. Ficamos na dependência de que as nossas famílias dêem a sua contribuição e continuem tendo simples mas importantes atitudes para a preservação do meio ambiente, como a reciclagem do lixo, economia de água e energia elétrica.

Nossa expectativa de um acordo entre as nações visando a prevenir um aquecimento global mais ameaçador foi frustrada pela vaidade, não pessoal dos líderes, porém pela vaidade financeira do poder absoluto.

Ao contrário da falta de compromisso das nações em Copenhague, o Partido Verde marcou sua posição no Estado de São Paulo com a apresentação da emenda 17 ao Projeto de lei 1/2009 do governador José Serra, que institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas. Essa emenda, aprovada pela Assembleia, estabelece meta de 20% de redução na emissão de dióxido de carbono (que causa o efeito estufa) registrada em 2005, que deverá ser alcançada até 2020. Sem metas, a Política Estadual de Mudanças Climáticas seria inócua. A cada cinco anos, o governo poderá fixar metas intermediárias para atingir esse objetivo.

O Estado de São Paulo é o primeiro a assumir uma política formal de defesa do meio ambiente, sendo exemplo tanto dentro do país como internacionalmente. Com a lei, São Paulo assume um compromisso frente ao desafio do aquecimento global, estabelecendo as condições para as adaptações necessárias aos impactos provocados por essas mudanças, inclusive com a redução da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera.

A conferência do clima deu um exemplo negativo, reforçando ainda mais o capitalismo selvagem e mostrando ao mundo como o Poder Público não deveria agir frente a assunto tão relevante, que diz respeito à vida. Esse passo atrás dado pelas nações no controle da poluição representará uma grande perda ao meio ambiente de todo planeta.



*Chico Sardelli é deputado estadual (PV) e presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa.

alesp