CPI dos Combustíveis recorrerá à Justiça para forçar depoimento de distribuidoras suspeitas de irregularidades

(com fotos)
19/06/2001 19:41

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A reunião realizada pela CPI dos Combustíveis da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira, 19/6, se caracterizou pela ausência dos representantes das empresas convocadas a depor. Das quatro distribuidoras que deveriam ser ouvidas pelos deputados, apenas a Centro Sul Distribuidora de Petróleo Ltda. enviou ofício solicitando adiamento da data estipulada para o depoimento. Em contrapartida, a Comissão, presidida pelo deputado Edmir Chedid (PFL), decidiu adotar medidas judiciais para forçar o comparecimento dos convocados e solicitar a quebra dos sigilos fiscal e telefônico da Master Distribuidora de Petróleo Ltda., da AgroPetróleo e do Escritório Método AP.

Após intervalo para alteração de pauta, a comissão ouviu o testemunho do empresário Alberto Antonio Ahuaji Filho, proprietário de uma rede de postos de gasolina na Zona Sul da Capital e apontado como um dos grandes clientes da AgroPetóleo, distribuidora acusada de operar sem autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Ahuaji declarou nunca ter negociado diretamente com a AgroPetróleo e que só recebeu combustível distribuído por essa empresa por ocasião da venda do Centro Automotivo Portal do Sul, um dos postos de sua propriedade. Segundo ele, o comprador efetuou o pagamento através do fornecimento de cerca de dois milhões de litros de gasolina. "A AgroPetróleo entregou o combustível regularmente e toda a operação está documentada em notas fiscais", disse o empresário, que também garantiu não ter conhecimento de que a distribuidora operava irregularmente.

Por sugestão do deputado Victor Sapienza (PPS), a comissão solicitou ao empresário a apresentação dos livros de entradas de suas empresas, com datas a partir de 1.º de janeiro de 1999, e de toda a documentação referente à operação de compra e venda do posto em questão. "Há indícios muito fortes de que, além de não estar regulamentada pela ANP, a AgroPetróleo comercializava combustível adulterado ou roubado", justificou Sapienza.

alesp