Números comprovam a triste realidade no mercado de trabalho

Opinião - Vinicius Camarinha*
02/05/2005 19:46

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Uma realidade desconcertante e triste mostram as estatísticas divulgadas nos últimos dias pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o aumento da taxa de desemprego de 10,6% para 10,8% em apenas um mês. Neste domingo, dia 1º de maio, o trabalhador brasileiro não tem motivos para comemorar - a data terá gosto amargo para mais de 2 milhões de pessoas que buscam um lugar ao sol.

O Governo Federal, eleito com a promessa de gerar emprego e renda, pouco faz. Tributos e encargos dificultam e encarecem a geração de empregos no Brasil. Tendo que pagar cada vez mais ao governo, as empresas retrocedem, demitem, enxugam quadros, quando não fecham. Das 130 mil empresas que entraram no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), lançado há quase cinco anos, nada menos que 100 mil não conseguiram cumpri-lo. As avaliações do IBGE ainda mostram que um terço das empresas atuam na informalidade para driblar a legislação trabalhista, considerada cara demais para o padrão de muitas empresas.

Desempregado, o cidadão tem duas opções: lutar de porta em porta por uma requalificação no concorrido mercado de trabalho ou aumentar o índice da informalidade, montando ele próprio o seu "negócio". Vale lembrar que na informalidade, sem salário fixo, o trabalhador não tem como pagar a contribuição do INSS. Para 2006, o Governo Federal está prevendo um déficit nas contas da Previdência de aproximadamente R$ 43 bilhões, um rombo escandaloso e prejudicial para os trabalhadores e para o país.

A luta do PSB, onde somos um dos representantes na Assembléia Legislativa de São Paulo, é equilibrar os direitos e deveres dos empregados e empregadores, além da geração de opções de qualificação da mão-de-obra. Cursos gratuitos, de qualidade e acessíveis devem ser a realidade nas nossas cidades. Para isso, estamos trabalhando em parceria com as prefeituras para a instalação das Faculdades de Tecnologia (Fatec) na região.

Nos próximos meses, Marília vai ganhar sua unidade, aproveitando a experiência e o desenvolvimento da cidade nas área da alimentação e da metalurgia. A faculdade do município irá oferecer cursos nesses segmentos. Nesta semana, o Governo Estadual anunciou a liberação de R$ 2 milhões para a aquisição de equipamentos para a instalação da faculdade. Sem dúvida, uma grande conquista : o trabalhador vai poder se especializar, de graça, e ter um currículo enriquecido na hora de procurar um trabalho.

Fica nossa esperança e nosso trabalho por dias melhores; afinal, trabalho significa cidadania, direito, além de ser fundamental para o sustento e a auto-estima das famílias.



Vinícius Camarinha é deputado estadual

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