CPI dos Transportes Intermunicipais ouve engenheiros do DER


28/03/2001 18:10

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A CPI dos Transportes Intermunicipais, presidida pelo deputado Nabi Abi Chedid (PSD), ouviu na tarde desta quarta-feira, 28/3, os depoimentos de três engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) sobre as atividades de suas respectivas diretorias e sobre a questão do transporte clandestino.

A engenheira Cecília Maria Rodrigues da Rocha, responsável pela Seção de Transportes Coletivos, fez um relato das atribuições da Seção Campinas. Segundo a engenheira, a qualidade dos serviços de transportes naquela região, que engloba 71 municípios, é boa e apresenta baixo índice de acidentes. "Mas no DER, como em qualquer órgão público, o número de funcionários e as condições de trabalho sempre ficam aquém do desejado", afirmou. A engenheira garantiu, no entanto, que isso não chega a comprometer a qualidade dos serviços. Questionada pela deputada estadual Célia Leão (PSDB) sobre se o transporte alternativo cumpre um papel frente à necessidade da população, independentemente da sua legalidade, ela respondeu que "tudo tem um papel desde que funcione dentro da ordem. Se não tem ordem, tem conseqüências negativas". A engenheira chegou a mencionar as linhas alimentadoras que foram implantadas em Ribeirão Preto a fim de resolver o problema dos alternativos que agora levam os passageiros até os pontos iniciais das linhas regulares. Ela lembrou que qualquer providência nesse sentido depende de uma determinação da Superintendência do DER.

Para o engenheiro Valdir Rossini Vasconcellos, responsável pela Seção de Transportes Coletivos do Vale do Paraíba e do Vale do Ribeira, inibir o transporte alternativo clandestino é uma tarefa difícil, já que não é mais possível a apreensão dos veículos, por determinação de uma portaria federal. A multa de cerca de R$ 90 e os pontos na Carteira de Habilitação atribuídos aos infratores não seriam suficientes para impedir esse tipo de transporte.

Na opinião do deputado Rodrigo Garcia (PFL), relator da CPI, a solução do problema poderia estar na implantação de uma "legislação própria que reconhecesse a regularidade do transporte".

As possíveis causas do aumento dos clandestinos foram relacionadas pelo diretor técnico de Serviço, Rogério Jardim Manso, responsável por cinco seccionais do interior do Estado. De acordo com ele, os clandestinos aumentaram devido ao desemprego, a facilidade para comprar veículos utilitários e o grande mercado para ser explorado.

alesp