A LEI QUE MARGINALIZA MINHA PROFISSÃO - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
18/06/2002 11:35

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Quem me conhece sabe que, como jornalista, radialista e deputado estadual, não abro mão do direito de emitir opinião sobre os temas de interesse da população do Estado de São Paulo: acredito no poder da mídia para buscar soluções para os problemas dos cidadãos. Desta vez, meu assunto é a atual legislação eleitoral, que impõe restrições absurdas a jornalistas que trabalham no rádio e na TV e postulam cargos nas eleições.

Segundo essa legislação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos a deputado estadual ou deputado federal, por exemplo, são obrigados a interromper sua participação em programas de rádio e de televisão a partir de 1º de agosto, ficando longe dos microfones e das câmeras por dois meses, até as eleições de 6 de outubro. Sou jornalista também e exerço a profissão de radialista há mais de 30 anos. Porém, por força de uma legislação eleitoral injusta, não posso manter os comentários que faço em várias emissoras de rádio do Estado e tenho de recusar os convites que recebo para participar de programas de TV.

Sou novamente candidato a deputado estadual, cargo que exerço desde 1987, tendo estabelecido em 1986 um recorde ainda em vigor: 558.138 votos, a maior votação já obtida por um deputado estadual na história do país. Pretendo chegar ao quinto mandato seguido.

Não considero correta essa legislação. Por que os radialistas são obrigados a se afastar de sua profissão, enquanto engenheiros, médicos, advogados e professores candidatos continuam trabalhando normalmente durante o período de campanha? Como cidadão, vou cumprir a lei. Mas continuarei protestando para que esse tipo de restrição desapareça, uma vez que a profissão de radialista não deveria sofrer marginalização. Sem contar o prejuízo às emissoras, comercialmente.



*Afanasio Jazadji é advogado, radialista e jornalista, deputado estadual pelo PFL.

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