Sem abandonar as contingentes solicitações da vida quotidiana a favor de uma pintura confiada a mais estética visualidade, N. Amaral interroga e se interroga colocando-se frente à frente com os principais problemas do ser humano de nossos dias.A artista acena, de maneira um tanto hermética, mas não impenetrável, com uma atenta observação sobre as relações entre os seres humanos, bem como aos problemas existenciais e até mesmo os metafísicos.A graça espontânea de seu toque, a instintiva precisão ao fazer palpitar a matéria e a justeza dos acostamentos se tornam "saber" pictórico e excelente pintura, sem, por isso, perder a originalidade e o frescor da imagem envolvida sempre num delicado véu de transparência.Os seres enfocados por N. Amaral são, na maioria das vezes, femininos e adquirem uma dimensão espacial que transcende o tempo e rendem perfeitamente visível o entrelaçar dos sentimentos e a pluralidade da visão de vida. São seres carregados de sonhos, de afeto e de coragem que trazem consigo apenas a mensagem de amor.A artista sabe olhar o mundo segundo as condições de seu espírito, sabe olhar em volta de si através da lente de uma introspecção profunda, mas rica de sentimentos. Fundamentalmente realista, sabe abster-se, todavia, da ortodoxa morfologia visual, encontrando, assim, uma linguagem própria, um "seu" timbre de expressão clássica e renascentista contemporânea.Através de um firme desenho e de um cromatismo suave, quase monocolor, as pinturas de N. Amaral, "Ana Morena" e "Amor de Mãe", doadas ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, nos transmitem um mundo evocativo, aliado a um desejo de serenidade e de satisfação, de quem consegue exprimir emoções e sentimentos com lírico vigor.A Artista N. Amaral, pseudônimo artístico de Norma Stella Ruas Amaral, nasceu no município de Nanuque, Minas Gerais, no ano de 1942. Formou-se em pedagogia pela Faculdade de Guaratinguetá em 1978. Iniciou-se nas Artes como autodidata, freqüentou oficinas de Arte em Buenos Ayres, Santiago do Chile e Bogotá entre 1979 e 1989. Quando retornou ao Brasil freqüentou o atelier de Kátia Mattias por três anos e, a seguir, o do professor e artista plástico Rodrigues Coelho.Participou de diversas exposições, dentre elas destacam-se: Salão de Artes Plásticas de São João da Boa Vista, SP (1995); III Salão de Belas Artes de Limeira, SP (1996); Salão Bernadelli, Rio de Janeiro (1996); Galeria Markus Arte, Embu das Artes, SP (1996); Galeria Glattzentrum, Zurique, Suíça (1996); Galeria Art Palace, SP (1997); Volksbank Stuttgart, Alemanha (1997); "Cinco Artistas, Cinco Visões", OPA, SP (1998); Panorama Cultural Columbia, Expo Center Norte, SP (1999); Artes Plásticas de Campos do Jordão, SP (2000); Hotel Best Western Porto do Sol, SP (2000); D'Art Corpus, Pride Store, SP (2000); 19ª Expo de Artistas Contemporâneos, Sociarte, SP (2000); "Formas e Fatos", Organização Paulista de Arte, SP (2001); HB Hotéis, SP (2001); Arte e Cultura em Alto Mar, Brasil, Argentina e Uruguai (2002); Formas e Cores, Clube Paineiras do Morumby, SP (2002); Galeria Cromos, Curitiba (2003).Recebeu inúmeros prêmios, medalhas e menções honrosas, com destaque para a Medalha de Prata no Concurso Arte Livre "Maison Saint Germain", SP (1999) e Menção Honrosa no III Concurso de Artes Plásticas, Galeria Mali Villas Boas, SP (1999).Está catalogada no Julio Louzada Annual Report (Brasil) e possui obras em coleções particulares em Portugal, Suíça, Alemanha, França, Paraguai, Chile, Japão e Brasil, além de acervos públicos como o da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.