Líder do PT apresenta novos fatos sobre irregularidades no Metrô


10/01/2008 18:35

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O deputado Simão Pedro, líder da Bancada do PT na Assembléia Legislativa, apresenta nesta sexta-feira, 11/1, novos fatos ao processo em andamento no Tribunal de Contas do Estado que apura irregularidades nos investimentos do governo do PSDB na construção da Linha 4 do Metrô paulista. No sábado, dia 12, completa um ano o desmoronamento das obras da Estação Pinheiros, que vitimou fatalmente sete pessoas e deixou dezenas de famílias desabrigadas.

Simão quer que o Tribunal apure o fato de o governo de São Paulo ter depositado R$ 92,3 milhões na conta do Consórcio Via Amarela " responsável pela obra " em 7/12, dentro de um total de R$ 180 milhões cobrados pelo consórcio como adicional para promover equilíbrio financeiro do contrato. Simão Pedro denuncia como "grande farsa" esse pagamento a mais ao Consórcio, a título de indenização pela mudança do método construtivo de shield (tatuzão) para NATM (que utiliza explosivos).

"Esses R$ 180 milhões que o Consórcio Via Amarela está cobrando como indenização pela mudança do método construtivo não faz sentido, uma vez que o método NATM é mais barato em comparação ao shield. Na verdade, a indenização é para cobrir o custo da obra. Quando o Metrô aceitou o preço do Via Amarela, era um preço inexeqüível, ou seja, com aquele valor o consórcio não teria condições de entregar a obra pronta", contesta o deputado.

"O governador José Serra está sendo negligente ao não rever o contrato da Linha 4, que está trazendo prejuízos enormes aos cofres do Estado", afirma Simão, destacando que "a obra apresenta, desde o momento da licitação até a fase atual de construção, inúmeras controvérsias que não são esclarecidas pelo governador".

Simão Pedro, primeiro deputado a entrar com ação no Ministério Público denunciando a negligência do Metrô e do Consórcio antes mesmo da tragédia em Pinheiros ocorrer, enfatiza que a bancada dos deputados petistas continuará a exigir a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as responsabilidades do acidente. "A CPI pode ajudar o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Polícia Civil nas apurações das responsabilidades dos envolvidos. A tragédia foi resultado da política de sobrepor ao interesse público os lucros de grupos privados", define o deputado.

O atraso na entrega da primeira fase da Linha 4 causará prejuízos a quase um milhão de usuários/dia previstos para utilizá-la. Isto porque, o governo do Estado adiou mais uma vez o prazo de entrega, que agora será em 2010.



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