A CPI das Financeiras aprovou nesta quinta-feira, 29/3, pedido do deputado José Augusto (PPS) para que seja solicitada à Secretaria da Receita Federal e à Secretaria de Estado da Fazenda a realização de diligências na empresa Lojas Arapuã, para obtenção de dados que subsidiem os trabalhos da comissão.O pedido é uma reação da Comissão Parlamentar de Inquérito à decisão tomada por empresas convocadas, que têm indicado, para depor na CPI, funcionários incapazes de prestar informações consistentes sobre financiamento ao consumidor.O deputado José Augusto já havia alertado, em reunião realizada nesta terça-feira, que as companhias poderiam estar adotando essa manobra para fugir às apurações que o órgão pretende realizar. A CPI tem por objetivo apurar denúncias de cobrança de juros abusivos e de sonegação fiscal que estariam sendo praticadas por lojas, financeiras, operadoras de cartões de crédito e empresas de factoring.No caso das Lojas Arapuã, foi indicado para comparecer à reunião que a CPI realizou na manhã desta quinta-feira o gerente da controladoria fiscal, Enoch Carneiro Braga. Ele justificou sua escolha pelo fato de "a maioria dos dados solicitados pela comissão se referir a ICMS", e, antes de ser questionado, adiantou que não teria condições de dar informações sobre crédito e financiamento ao consumidor. A CPI decidiu também, por isso, reconvocar a empresa, desta vez na pessoa de seu presidente ou diretor financeiro.Em sua quarta reunião, desta vez presidida pelo relator Aldo Demarchi (PPB), a CPI ouviu também o diretor administrativo das Lojas Renner, José Carlos Rubi. Ele informou que a empresa trabalha com preço único para vendas ao consumidor, tanto à vista como para pagamentos em, no máximo, cinco vezes - neste caso, apenas através de cartão de fidelização emitido pela própria loja. "Não realizamos nenhum tipo de financiamento, porque o perfil do nosso cliente não demanda prazos maiores", afirmou. Ele disse ainda que a empresa possui departamento próprio de cobrança e não repassa cheques a financeiras. O financiamento dos inadimplentes é feito com o Banco Santander, que renegocia com as Lojas Renner os débitos não recebidos.