CPI vai solicitar diligências nas Lojas Arapuã

(Com fotos)
29/03/2001 13:30

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A CPI das Financeiras aprovou nesta quinta-feira, 29/3, pedido do deputado José Augusto (PPS) para que seja solicitada à Secretaria da Receita Federal e à Secretaria de Estado da Fazenda a realização de diligências na empresa Lojas Arapuã, para obtenção de dados que subsidiem os trabalhos da comissão.

O pedido é uma reação da Comissão Parlamentar de Inquérito à decisão tomada por empresas convocadas, que têm indicado, para depor na CPI, funcionários incapazes de prestar informações consistentes sobre financiamento ao consumidor.

O deputado José Augusto já havia alertado, em reunião realizada nesta terça-feira, que as companhias poderiam estar adotando essa manobra para fugir às apurações que o órgão pretende realizar. A CPI tem por objetivo apurar denúncias de cobrança de juros abusivos e de sonegação fiscal que estariam sendo praticadas por lojas, financeiras, operadoras de cartões de crédito e empresas de factoring.

No caso das Lojas Arapuã, foi indicado para comparecer à reunião que a CPI realizou na manhã desta quinta-feira o gerente da controladoria fiscal, Enoch Carneiro Braga. Ele justificou sua escolha pelo fato de "a maioria dos dados solicitados pela comissão se referir a ICMS", e, antes de ser questionado, adiantou que não teria condições de dar informações sobre crédito e financiamento ao consumidor. A CPI decidiu também, por isso, reconvocar a empresa, desta vez na pessoa de seu presidente ou diretor financeiro.

Em sua quarta reunião, desta vez presidida pelo relator Aldo Demarchi (PPB), a CPI ouviu também o diretor administrativo das Lojas Renner, José Carlos Rubi. Ele informou que a empresa trabalha com preço único para vendas ao consumidor, tanto à vista como para pagamentos em, no máximo, cinco vezes - neste caso, apenas através de cartão de fidelização emitido pela própria loja. "Não realizamos nenhum tipo de financiamento, porque o perfil do nosso cliente não demanda prazos maiores", afirmou. Ele disse ainda que a empresa possui departamento próprio de cobrança e não repassa cheques a financeiras. O financiamento dos inadimplentes é feito com o Banco Santander, que renegocia com as Lojas Renner os débitos não recebidos.

alesp