Morre o jornalista Maurício Loureiro Gama


02/08/2004 18:41

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Faleceu nesta segunda-feira, 2/8, em São Paulo, aos 92 anos, o jornalista Maurício Loureiro Gama. O corpo será velado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa até as 10 horas desta terça-feira, quando então será transladado para a cidade de Tatuí, onde acontecerá o sepultamento às 17 horas, no cemitério Cristo Rei.

Natural de Tatuí, interior de São Paulo, Maurício Loureiro Gama era filho de farmacêutico e professora. Seguiu os conselhos do avô: "Vai ser doutor em São Paulo".

Formado em Direito, sua vocação era o jornalismo. Trabalhou em diversos jornais, no rádio e na televisão. Começou sua carreira no Correio da Manhã, trabalhou no Diário da Noite, de Assis Chateaubriand, nos Diário de São Paulo, Correio Paulistano, Gazeta, e A Hora. Nas décadas de 50 e 60, foi jornalista credenciado dos Diários Associados no comitê de Imprensa da Assembléia, que então funcionava no Parque Dom Pedro.

Iniciou como cronista na Rádio Bandeirante, em 1937, até que foi para a Rádio Tupi. Loureiro Gama foi um marco do telejornalismo nacional, tendo apresentado a crônica jornalística "O que é que há?", na noite de inauguração da TV brasileira, em agosto de 1950.

A princípio repórter geral, especializou-se em comentários políticos, conhecendo de perto todos os grandes políticos nacionais de sua época. Além da Tupi, trabalhou na TV Bandeirantes e na Record. Vindo de jornais escritos e do rádio, entendeu a essência do trabalho na televisão, destacando-se entre seus programas o "Ponta de Lança", "Edição Extra" e "Jornal do Meio Dia". Participou da concepção da talvez maior criação jornalística da mídia eletrônica, juntamente com os jornalistas Armando Figueiredo, Carlos Spera, José Carlos de Morais (Tico-Tico): o programa Pinga-Fogo, criado no atual formato do atual Roda-Viva, da TV Cultura.

Tendo trabalhado em rádio e televisão, sempre com muito sucesso, considerava-se, porém, um homem de jornal. Atualmente, era responsável pela revista Problemas Brasileiros, editada pelo SESC e SENAC do Estado de São Paulo. Deixa esposa, Fiammetta Emendabile, filhos, netos, amigos e admiradores do seu trabalho para o enriquecimento do jornalismo no país.

alesp