CPI dos Combustíveis ouve senador Romeu Tuma

(com foto)
02/08/2001 21:31

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O senador Romeu Tuma, presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Senado e da Câmara Federal que apura o roubo de cargas no país, compareceu à reunião da CPI dos Combustíveis da Assembléia Legislativa, nesta quinta-feira, 2/8, para trocar informações referentes às investigações realizadas pelas duas CPIs.

Tuma sublinhou o fato de São Paulo concentrar 50% dos roubos de carga do país, conforme atesta um estudo encomendado por empresas transportadoras e seguradoras. Estima-se também que o roubo de cargas movimentou cerca de R$ 500 milhões no ano passado e que, neste ano, as cifras podem atingir R$ 1 bilhão. O senador considera que o roubo de cargas é um segmento que oferece grandes possibilidades de capitalização ao crime organizado.

"Existe hoje uma estrutura muito bem organizada, que integra desde o roubo propriamente dito, o transporte, o interceptador, até a desova do produto roubado em seu destino último." Outra característica da atuação do crime organizado é que todos esses segmentos atuam de forma compartimentada, sem que existam entre eles liames operacionais. Tuma identificou essa tática de fracionamento das operações às táticas de guerrilha.

O alvo principal das investigações sobre o roubo de cargas é, segundo o senador, o interceptador: "Os interceptadores não são pés-de-chinelo", disse. De outro lado, há grande dificuldade por parte da polícia para unificar informações sobre a escala e sobre o modus operandi dessas organizações criminosas. Ele defendeu a criação de uma delegacia especializada, de uma central de inteligência capaz de cruzar, unificar e analisar informações em nível nacional. Alguns Estados estão criando delegacias especializadas no roubo de carga. No entanto, o senador lastima a identificação de corrupção entre policiais que atuam nesse setor.

Romeu Tuma propôs ao presidente da CPI dos Combustíveis, deputado Edmir Chedid (PFL), uma atuação combinada das duas CPIs que permita melhor fluxo de informações. E apontou para a possibilidade de que aquelas investigações que ultrapassem a fronteira do Estado sejam transferidas para a CPI federal.

alesp