Em comemoração ao centenário da imigração japonesa no Brasil, quem passar pela Assembléia Legislativa a partir desta terça-feira, 27/5, poderá apreciar a exposição de mangá do artista gráfico Fábio Shin. As histórias em quadrinhos japonesas são conhecidas por suas características próprias, como olhos grandes e expressivos, cabelos e roupas diferentes, um tanto inusitadas. A exposição reunirá 35 trabalhos e peças, como brinquedos e artigos personalizados. O nikayou mangá, por exemplo, é uma caricatura diferente, em que a pessoa é transformada em desenho japonês. "São realçados os detalhes que a pessoa mais gosta", explica Shin. Alguns trabalhos são releituras de outras obras. "O Sítio do Pica-pau Amarelo é uma homenagem a Monteiro Lobato e sua rica literatura", diz. A exposição também terá mais de 100 ilustrações apresentadas em vídeo. Embora esta arte de origem japonesa atinja mais o público infanto-juvenil, jovens e adultos têm mostrado interesse em aprender técnicas para saber ilustrar seus personagens preferidos. Durante a exposição, haverá oficinas de manga e nikayou mangá, para quem quiser se arriscar a dar umas rabiscadas. O artista Fábio Shin começou a ter contato com o mangá quando tinha apenas cinco anos de idade. "Eu rabiscava tudo com os olhos grandes e só vim a me dar conta de que as revistas que eu lia eram mangás aos oito anos", afirma. Depois disso, expôs trabalhos na escola e, aos 11 anos, foi convidado a desenhar tiras para um jornal de bairro, e não parou mais. Hoje, aos 27 anos, ele tem estúdio próprio, o Mangá Studio Japan Sunset. "Em 1996, fundei junto com um amigo o Mangá Studio Japan Sunset. Na mesma época comecei a dar aulas de mangá no bairro da liberdade. Descobri que fui o primeiro professor da arte no bairro japonês. Em meados de 1998, formamos a primeira equipe de caricatura em mangá da América Latina, que foi batizado de Nikayou Mangá, e hoje em dia é um grande sucesso", relembra. A exposição ocorre entre os dias 27 de maio e 6 de junho, no Hall Monumental da Assembléia Legislativa.