Lirismo, maestria técnica e limpidez forjam a gravura de Lídice Romano Moura

Emanuel von Lauenstein Massarani
11/04/2003 17:00

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Frente as gravuras em metal, preto e branco, de Lídice Romano Moura, temos a sensação que a artista exercitou um esforço instintivo para condensar seu tema em espaço reduzido. Verdadeiras miniaturas, as experiências do gestual por ela vividas, foram aprofundadas, interiorizadas, segundo sua necessidade de traçar uma estrutura de base que coordena toda a composição.

Ao exprimir-se, parte e atraca sua determinação de imprimir o ideal diretamente sobre a página. A sua criatividade é sempre dominada de uma profunda exigência arquitetônica, musa secreta de seu criar artístico. Na massa negra dos vãos arquitetônicos, a artista inclui, sempre, as linhas de tensão, mas simultaneamente as coordenadas estáticas que regem a situação e a participação racional da vitalidade do mundo que a circunda.

Essa proposta de leitura de suas gravuras em metal, encontra um campo de aplicação exemplar tanto pela sua qualidade e originalidade, quanto pelo meio de expressão que esse gênero de gravura é para Lídice Romano Moura, que se identifica com a própria obra no processo criativo.

A gravura em metal Varal IV, que a artista ofereceu ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, demonstra que, com maestria técnica e extraordinária limpidez, a artista consegue impregnar de lirismo suas obras sem alterar a elegância de seu exercício gráfico.

A Artista

Lídice Romano Moura nasceu em São Paulo no ano de 1951. Formou-se em Licenciatura Plena em Artes Plásticas pela Uniceb (1980) e fez pós-graduação em Didática na Uniclar (1997). Cursou desenho com o professor Otto Felnner (1964); composição com a artista plástica Hedwa Megged (1980); gravura com a professora Branca de Oliveira (1983); desenho com Nelson Nóbrega e Leonel Barreto (1982 e 1984); serigrafia com o professor Luís Alberto Hamen (1985); arte-terapia na Unisantos (1991); computação gráfica - Uniceb (1994); e Arte Moderna - teoria e prática - Unisanta (1995).

Realizou várias exposições coletivas e individuais, destacando-se entre elas: Faculdade de Artes Plásticas de Santos (1980); Galeria SESC Paulista, São Paulo; IV Salão Jovem de Arte Contemporânea, Santo André; V Bienal de Gravura Latino, San Juan, Porto Rico; XII Bienal Internacional "Mail Art", Pádova, Itália (1981); X Salão Nacional de Arte Contemporânea, Santo André; XXXV Salão de Artes Plásticas de Pernambuco; V Mostra de Gravuras, Curitiba; VIII Mostra de Gravuras, Kanagawa, Japão; I Salão de Arte Contemporânea - MIS - São Paulo (1982); VI Bienal de Gravura Latino, San Juan, Porto Rico; Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo; XXXVI Salão de Artes Plásticas de Pernambuco; I Bienal Internacional de Gravuras, Taiwan, Formosa; IX Mostra de Gravura, Kanagawa, Japão (1983); I Bienal de Havana, Cuba; XIII Salão de Artes Plásticas "Bunkyo", São Paulo; VI Mostra Panamericana de Gravura, Curitiba; Trienal Itergrafik, Berlim, Alemanha (1984); Gravura Brasileira - Áurea Palace Hotel - Cuiabá; XII Salão de Arte Contemporânea de Campinas; Associação Paulista do Ministério Público; II Salão de Artes Plásticas de Goiânia (1985); "Oficina de Gravuras" - Centro Cultural Vergueiro - São Paulo; V Bienal de Gravuras, Seoul, Coréia (1986); Galeria de Arte Santa Cecília (1988); Trienal Intergrafik, Berlim, Alemanha (1990); XVI Mostra de Gravuras, Kanagawa, Japão; Male Formy Grafiki, Lódz, Polônia (1991); Mini Print, Slovenja, Iugoslávia (1993); I Mostra Metropolitana de Artes Plásticas, Santos (1994); Gravura Brasil-Portugal - CCBEU - São Vicente (2000); Gravura Portugal-Brasil - Museu de Évora - Portugal (2001); Male Formy Grafiky - Mini Gravuras - Lódz, Polônia (2002).

Possui obras em importantes acervos particulares e oficiais, sendo eles: Associação Paulista do Ministério Público, Secretaria da Cultura de Santos, Secretaria da Cultura de Cubatão, Edson Arantes do Nascimento; Eva Furnaria, Antônio Henrique Amaral e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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