Nesta segunda-feira, 20/7, alguns países celebram uma data que se fundamenta na pura afeição e no enorme respeito acerca do relacionamento humano caracterizado pelo conhecimento mútuo entre pessoas; um conhecimento mútuo que renuncia ao agradecimento por favores ou serviços prestados e, acima de tudo, aparece marcado pelo desinteresse social ou material ao qual está vinculada uma das pessoas. Nesta data, que na maioria das vezes passa despercebida pela grande maioria das pessoas, esses países " inclusive o Brasil " celebram o "Dia do Amigo". Na história recente sobre a origem da humanidade há poucas referências sobre os contextos em relação à criação desta data. A partir das referências na literatura religiosa e, ainda, nas hipóteses acadêmicas divulgadas durante nosso processo de formação sociocultural, compreendo que o "amigo" ou a "amizade" sejam tão antigos quanto à origem do homem sobre a Terra. No entanto, com base no relato prestado pela imprensa, me deparo com pressupostos que contribuem para que cresçam as incertezas que recomendam o "Dia do Amigo" ao "20 de julho". Entre as diversas versões apresentadas resgato a que relata a experiência vivenciada por um dentista argentino. Conta a história que Enrique Febbaro, incitado pela notícia sobre a chegada do homem à Lua " em 20 de julho de 1969 ", decidiu criar o "Dia do Amigo". No auge daquele que é considerado um dos maiores feitos da humanidade no século XX, o dentista argentino compreendeu que o esforço dedicado ao progresso da ciência e, consequentemente, ao estabelecimento de relações para além do planeta, mereceriam uma comemoração especial. História à parte, desejo, com este relato, destacar a importância de podermos lembrar os amigos que cresceram e partilham os momentos de nossa vida; seja na infância, quando aprendemos a cultivar as relações, ou na maturidade, quando entendemos seu valor para nosso desenvolvimento, amigo é aquele que compreende e encaminha os rumos da nossa vida. Amigo é aquele que sabe torcer pelo nosso sucesso, sem que isso lhe possa representar algum ganho material, e entender nosso desbarato, dando-nos apoio para seguirmos sempre adiante. O verdadeiro amigo supera a classificação dada a esta palavra por estudiosos que a classificam simplesmente como um "instinto de sobrevivência, provocado pela necessidade de proteger e ser protegido por seres da mesma espécie"; o verdadeiro amigo é aquele que, na maioria das vezes, nos conhece mais que nossos próprios familiares. Tornam-se amigos, seja pela confiança adquirida ou pela fidelidade demonstrada durante nossa vida; e passam a nos aceitar pelo que realmente somos e não por aquilo que simplesmente podemos oferecer em troca. Por isso, ao apresentar este relato e esta definição " para aquilo que acredito possa representar o conceito de "amigo" ", desejo resgatar a importância desta data para algo que comumente deixamos de lado: a amizade. Num momento social onde somos pressionados por condições que nos induzem a comportamentos bastante competitivos, seja no mercado de trabalho ou na instituição das políticas que regem nosso cotidiano, deveríamos nos atentar ao fato de que precisamos de pessoas que possam oferecer algo tão valioso quanto à amizade. Feliz Dia do Amigo! *Edmir Chedid é advogado, deputado estadual pelo Partido dos Democratas e presidente da Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.