Opinião - Um exemplo vale mais que mil palavras


07/10/2011 11:52

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Constantemente, a política entra nas casas, no trabalho, nas escolas e na vida das pessoas, em especial através da imprensa. Homens e mulheres, cumpridores ou não de mandatos, transmitem uma imagem e divulgam suas ideias que poderão ser colocadas em prática, se forem eleitos ou eleitas.

De um lado, o discurso e a imagem. Do outro, os cidadãos que, desesperançosos, não acreditam mais em palavras e num terno bem cortado.

Estamos vivendo a falência dos discursos políticos, consequência da decepção somada ao desinteresse da população e da mídia pela prática política e por seus agentes, comprometendo cada vez mais a credibilidade das instituições democráticas e dos políticos bem-intencionados.

Eis aí um dos problemas do nosso tempo. As pessoas já não se responsabilizam pelas palavras que pronunciam. O termo "homem de palavra" ficou esquecido no tempo e no espaço. Digo isso porque a política verdadeira não se sustenta apenas em discursos eloquentes e imagens pré-fabricadas. Não dá para pensar política, hoje, sem pensar em dois atributos: caráter e coerência.

Encurtar a distância entre o discurso e a ação é o único caminho para se fazer política decente e comprometida com o bem comum.

No caso da imagem, o político pode transmitir para a sociedade uma imagem real, reflexo de sua personalidade, seu caráter e suas convicções, ou artificial, construída através do marketing político.

A melhor imagem, no entanto, é aquela construída com uma ferramenta sólida chamada exemplo, mostrado pelo político através de sua postura pública, profissional e pessoal.

O Brasil vai passar, daqui a praticamente um ano, por mudanças nas mais de cinco mil prefeituras do nosso país. É responsabilidade dos cidadãos brasileiros pesquisar a atuação política de cada candidato, bem como seu passado, suas convicções e seu comportamento.

"Mais do que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção", disse a presidenta Dilma Rousseff na abertura do Debate Geral da 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Nesse sentido, é responsabilidade de cada cidadão a escolha de seus representantes, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, dentro dos critérios de coerência, ética e compromisso.



*Maria Lúcia Amary é deputada estadual pelo PSDB e presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa de São Paulo.

alesp