Deputada Maria Lúcia Prandi defende reserva de recursos para recuperar linhas férreas da região

Pronunciamento da Assembléia critica descaso em ferrovias da Baixada Santista
14/08/2001 16:21

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A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) protestou no plenário da Assembléia Legislativa de São Paulo contra a falta de investimentos estaduais na manutenção, recuperação e ampliação da malha ferroviária instalada na Região Metropolitana da Baixada Santista. O pronunciamento da parlamentar baseou-se em denúncia publicada pela Imprensa no último final de semana.

Segundo Prandi, o abandono da malha ferroviária da Baixada Santista é um exemplo do descaso com que o governo estadual vem tratando o transporte em linhas férreas. Na opinião da deputada, a dilapidação de trilhos e estações torna cada vez mais remota a possibilidade de se ver implantada na região o sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), como um meio integrador de transporte coletivo.

A parlamentar defende há anos a reserva de recursos para recuperar as linhas férreas da Baixada e travou uma intensa batalha pela implantação do Trem Intrametropolitano (TIM), que acabou desativado em maio de 1999. A partir daí, vem centrando esforços para exigir que o governo estadual cumpra o compromisso de implantar o VLT.

"Não podemos aceitar a desculpa de que não há verba", afirma Prandi. "Ao vender o terreno da antiga Estação Sorocabana, numa das áreas mais nobres de Santos, o governo garantiu que os recursos arrecadados seriam aplicados na instalação do VLT, mas só houve rapidez para se desfazer do patrimônio público". De acordo com ela, as obras deveriam ter começado no início deste ano, mas até agora não saíram do papel. À época da venda do imóvel (março do ano passado), a parlamentar também questionou o valor estipulado pelo governo (R$ 31 milhões), que era bem inferior ao apontado por peritos em corretagem (R$ 45 milhões).

Maria Lúcia Prandi, que protocolou uma moção de repúdio ao descaso do governo estadual em relação ao sistema ferroviário da Baixada, afirma ainda que depois de anunciar o início das obras de instalação do VLT para este ano, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos quer adiar o início dos serviços apenas para 2003. "Além de vender rápido e barato, o governo sequer investe o dinheiro arrecadado naquilo em que se comprometeu e brinca com as necessidades da população", sustenta a deputada.

Com relação ao projeto divulgado no início do ano para implantação do VLT, a parlamentar aponta várias incoerências. A principal delas é a previsão de que o sistema só chegará à Área Continental de São Vicente apenas na última fase de implantação. "Aquela comunidade foi a mais prejudicada com a extinção do TIM, há dois anos. As pessoas foram obrigadas a pagar mais caro para andar em ônibus superlotados, que demoram a passar e a percorrer o itinerário", afirma Maria Lúcia Prandi.

A deputada também ressalta o descaso em relação aos municípios de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, que também ficarão fora do sistema de VLT. "O transporte ferroviário de passageiros, a partir da adequação da infra-estrutura já existente em toda a região, é um dos caminhos para nossa verdadeira integração" afirma Prandi.

Perigo. Articuladora de um abaixo-assinado que teve cerca de 10 mil adesões em defesa do transporte ferroviário de passageiros, a deputada também se diz inconformada com o crescimento dos riscos de acidentes ao longo de toda a malha ferroviária. Em menos de um mês, ocorreram dois acidentes com trens de carga, que descarrilaram em Mongaguá e Itanhaém. Segundo ela, a causa dos acidentes é a deterioração dos trilhos enferrujados, dormentes e estações. "Além disso, há uma ponte ainda é usada para transporte de cargas que apresenta grandes pontos de ferrugem em sua estrutura", garante.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lúcia Prandi - 3886-6846/6854)

alesp