"Voar... recordando" foi a auto-provocação que Rogério de Deus aceitou para verter para a linguagem da pintura o primeiro vôo de Santos Dumont há cem anos, no campo de Bagatelle e transformar seus preparativos e suas façanhas em visões pintadas. Com muita habilidade, diversidade de cores e liberdade de formas, o artista conseguiu enfrentar o desafio e construir de maneira "sui generis" uma analogia entre fato histórico e imagem. Ao enveredar no caminho de refazer a verdade das coisas, sem destruir o processo, o seu trabalho buscou extrair os paradoxos, penetrando no mundo do surreal e construindo em forma visionaria o seu simbolismo. Através da malhas do fantástico descreve suas visões, e como os surrealistas, superando o limite entre fato e imagem sua pintura insinua com riqueza o que lhe dita o inconsciente. Adentrar na obra de Rogério de Deus é também, constatar que suas composições reúnem recordações que flutuam sem uma ordem precisa e onde as formas são ressaltadas por intermédio de cores fortes e contornadas pelo desenho. A obra "Cidade encantada", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, reflete a capacidade do artista, de libertar-se da crônica fotográfica para alcançar uma dimensão nova, onde a realidade foi transfigurada e interpretada simbolicamente. O artista Rogério de Deus é mineiro de Juiz de Fora, nasceu na década de 60. Cresceu ouvindo músicas de bandas, acompanhando o pai músico e a mãe doméstica. Primogênito de uma família com mais cinco irmãos, é o único que se dedica às Artes. Iniciou na pintura ao longo dos anos 80. Inicio-se como autodidata, tanto em Desenho como em Pintura. Nos anos 90 freqüenta a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, tradicional Escola de Artes da cidade - onde colaborou alguns anos como Professor. Paralelamente conclui o Curso Acadêmico de Artes na Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente mantém ativo seu Atelier, na Av Rio Branco, onde coordena Cursos de Artes em diversos módulos. Nas Artes seu trabalho acontece com a integração de várias Artes. Na ALESP, está exposto o primeiro trabalho do artista com Artes Integradas, cuja mostra de Pinturas representa apenas o primeiro momento deste trabalho. O filme de Animação e o livro de poemas não foram lançados na Assembléia e aguarda uma nova oportunidade para este lançamento.