Polícia: uma oportunidade perdida

OPINIÃO - Afanasio Jazadji*
12/02/2004 17:35

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Para que servem, afinal, os atiradores de elite da Polícia? Como deputado estadual e jornalista há 40 anos em contato com casos policiais, estou perplexo com certas omissões, verdadeiros descalabros, em que os atiradores de elite nunca aparecem. Ou, se aparecem, agem com trapalhadas fatais. Pode ser a síndrome de Afriane Caringi, aquela bela estudante do bairro paulistano de Perdizes, vítima de tragédia há mais de 10 anos. Então, o atirador acertou no assaltante, mas também matou a moça que deveria ser salva.

O caso maiôs recente é este: em 3/2, em Limeira, no Interior de São Paulo, um ladrão executou um gerente de banco na rua, refugiou-se na residência de um casal de idosos e acabou ferindo, a coronhadas, a cabeça do dono da casa, de 79 anos. Onde estavam os policiais civis e militares? Estavam ali ao lado, tentando negociar a rendição do bandido. A situação daquela vítima foi vexatória para a Polícia, devastadora para a população e sumamente preocupante. Cadê o "atirador de elite" que poderia ter evitado tal crueldade, matando o ladrão assassino? Em que momento deve agir o especialista em atacar um matador em potencial ou um assassino reincidente?

Dois ladrões ladra atacaram um banco e, na rua, bandido Adriano Bispo dos Santos matou o gerente Nivaldo Peres, de 28 anos. Ao fugir, Adriano entrou na casa dos aposentados Libertino e Beatriz Pizani, ambos de 79 anos. E deu as cartas, agredindo Libertino. Ao ficar assistindo, a Polícia se desgastou.

* Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

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