Ori imprime um sopro poético ao seu mundo de figuras abstratas

Emanuel von Lauenstein Massarani
19/08/2004 14:00

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Elisa Ori sabe sintetizar, mais do que as formas, os próprios conceitos e é assim que as imagens aparentemente desfocadas se carregam de um profundo sopro poético e se tornam expressões de uma primaveril poesia.Basta essa relevância para demonstrar que nos encontramos frente a uma artista autêntica mas muito particular. Uma criadora de expressões extremamente sutis que exaltam a realidade em sentido lírico na sua etérea consistência.

De suas obras abstratas emergem aves enigmáticas, indefinidas, com longas caudas plumadas. Seu desenho corresponde a suas fantasias e ali projeta suas teorias sobre a transformação dos seres animados e inanimados.

O esquema de suas composições é bastante flexível: segue a variedade de desenvolvimento que o gesto dá às virtuais tensões da cor no espaço. Por detrás do estímulo da transformação imaginativa das coisas, prevalece sempre a feliz escolha dos tons de suas cores e um ritmo formal que se prolonga num sopro de efusivo lirismo.

Sob o plano temático se desenvolvem temas cíclicos sobre os quais, por sua vez, se agregam variantes imprevisíveis, uma diferença que recoloca em jogo o registro sintático de suas proposições espaciais e suas tonalidades emotivas.

Dentro desse mundo de figuras abstratas, até mesmo luminosas, de ritmos universais, se insinua algo que muda o percurso, a constelação normal se interrompe para depois retomar o equilíbrio ideal de sua organização espacial.

Suas obras, "Revoada" e "Flexo ao Universo", doadas ao Acervo Artístico da Assembléia Legislativa, traduzem a alegria que os tons claros e fortes acentuam e aos quais a artista voluntariamente se limita.



A Artista

Ori, pseudônimo artístico de Elisa Ori, nasceu em 1957, na cidade de Guarulhos. Formou- se em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1980). Participou do curso de desenho e pintura de modelo vivo na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Freqüentou o curso de arte contemporânea no atelier Rodrigues Coelho (1984) e na Oficina de Arte do SESI Paulista (1998).

Participou, entre outras, das seguintes exposições: Clube Alto de Pinheiros (1987); Galeria do SESI Paulista; Salão de Exposição da UCBEU; I Prêmio Brasil Acadêmico de Artes Plásticas,Salão Candido Portinari (1988); 2º Salão de Artes Plásticas de Mogi Mirim (1989);Clube Hípico de Santo Amaro (1990); Casa Tabacow (1991); Chiavari (1992); Espaço Cultural Caixa Econômica Federal, Brigadeiro Faria Lima. (1993) ; 21º Salão Bunkyio de Artes Plásticas; Grande Salão Citröen ; "Vanguarda" no Espaço Cultural Érico (1995) ;Espaço Cultural Mario Pedrosa, SP ;Grande Salão Citröen, SP (1996); "Cotidiano e Imaginário", Espaço Cultural Leonardo da Vinci, SP; Itinerante no Espaço Cultural Caixa Econômica Federal, Praça da Sé, SP, (2001);

Recebeu os seguintes prêmios: 3º Prêmio Aquarela Brasileira de Artes Plásticas, Salão Cândido Portinari; Grande Prêmio, Salão do Ano Casa Tabacow. 2ºPrêmio no Salão da Caixa Econômica Federal, Brigadeiro Faria Lima. Medalha de Bronze no Terceiro Salão de Artes Plásticas do Jornal das Artes e Salão do Ano Citröen Rodrigues Coelho3º Prêmio Brasil Acadêmico de Artes Plásticas no Salão Cândido Portinari; Medalha de Bronze no Segundo Salão de Artes Plásticas do Jornal das Artes. Destaque de Honra das Artes Plásticas no Salão Cândido Portinari.

Possui obras em diversas coleções particulares e nos Acervos Artísticos da Pinacoteca da Fundação Lucentis de Botucatu e da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp