Opinião - Saúde em Taubaté, desafio de todos!


14/10/2009 09:54

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No dia 8 de outubro fui fazer uma visita ao Pronto-Socorro Municipal de Taubaté, acompanhado pelo vereador Antonio Mário Ortiz (DEM). Hoje, o número de mortes registrado no local nos desafia e nos provoca a tomar uma atitude acima de nossas convicções e conveniências políticas e religiosas. Não podemos assistir passivos ou simplesmente lamentar a revoltante realidade do descaso com a saúde pública.

Devemos olhar para essa triste realidade sem preconceitos ou já defendendo uma tese que acreditamos ser a verdadeira. Não tenho dúvidas de que os profissionais que lá trabalham procuram fazer o melhor e, principalmente eles, clamam por uma solução, pois o seu compromisso é de salvar vidas e somente nos meses de junho, julho e agosto morreram 210 pessoas no Pronto-Socorro.

O que está errado? Por que essa triste realidade acontece? Para mim o grande erro é não termos um hospital de retaguarda. Os pacientes que precisam de internação ficam aguardando uma vaga na Central de Vagas administrada pela Diretoria Regional de Saúde (DRS).Essas vagas são poucas e poucos têm acesso a elas. Aqueles que não conseguem vagas vão definhando no Pronto-Socorro Municipal, até piorar seu estado de saúde a ponto de depender de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o que é mais difícil ainda. O resultado deste processo é a morte.

Até quando vamos assistir, omissos ou coniventes, essa situação desumana? Até quando vamos usar politicamente o sofrimento dos nossos irmãos para justificar nossa incapacidade de indignação diante desse descaso? Até quando vamos levar esse "empurra-empurra" sem assumirmos nossos papeis de agente político ou de cidadão?

Essa triste realidade nos provoca e nos tira da omissão. É urgente a união de todos para encontrarmos uma solução. É lógico que uma parceria com o Hospital Universitário, assim como os 34 leitos do 4º andar do Hospital Regional, quando estiverem prontos e disponibilizados aumentarão nossa capacidade de resolução, mas ainda é pouco. Precisamos urgentemente pensar e amadurecer juntos a idéia de um Hospital Municipal.

Tenho consciência que não basta construir um hospital; será preciso mantê-lo com qualidade. Mas também tenho consciência de que a hora é de ousadia e não de "retranca", de medo. A solução é buscar parcerias e administrar com competência e criatividade, olhando com esperança para o futuro. Até quando vamos lamentar essa triste e dura realidade?



* Afonso Lobato é deputado estadual pelo Partido Verde (PV)

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