Preocupadas com a cultura que valoriza a competição e acaba estimulando a violência e os conflitos, diversas entidades e pessoas entre ONGs, movimentos sociais, tradições religiosas e parlamentares paulistas criaram em 2002 o Conselho Parlamentar pela Cultura de Paz na Assembléia Legislativa, ConPAZ. O órgão foi instituído pela Resolução 829, de 18/12/2002, e funciona nas dependências do Palácio 9 de Julho, realizando reuniões periódicas abertas ao público e aos interessados em participar de suas ações.O ConPAZ tem como objetivo promover a Cultura de Paz na sociedade, com a transformação da opção pela não-violência e pelo respeito aos direitos humanos em uma prática cotidiana do indivíduo.Com a aproximação das eleições de 1º de outubro, uma carta aberta do ConPAZ está alertando os candidatos aos cargos em disputa para a necessidade de promoverem políticas públicas voltadas para a Cultura de Paz, com a valorização dos direitos da pessoa e da vida, a maior distribuição da riqueza e do conhecimento e a eliminação da pobreza e da exclusão, fatores que alimentam a violência e o conflito.Leia a íntegra do documento:Carta Aberta aos Candidatos às Eleições 2006Sras. e Srs. CandidatosPor meio desta Carta Aberta, o ConPAZ " Conselho Parlamentar pela Cultura de Paz, órgão da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo instituído pela Resolução 829/2002, composto por 36 organizações governamentais e não-governamentais, movimentos sociais e representantes de diversas tradições religiosas, e 12 parlamentares " quer tornar pública sua missão de contribuir para que os princípios de Cultura de Paz norteiem as políticas públicas.A Cultura de Paz está relacionada à prevenção e à resolução não-violenta dos conflitos. É uma cultura baseada em um conjunto de valores da democracia e compromissos com:" o exercício e o respeito dos direitos e deveres humanos;" a promoção e vivência do respeito à vida e à dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito; " a rejeição a qualquer forma de violência;" o respeito à liberdade de expressão e às diversidades por meio do diálogo, da compreensão e do exercício do pluralismo;" a prática do consumo responsável e do respeito a todas as formas de vida e recursos naturais do planeta;" a tolerância e a solidariedade; e " o empenho na prevenção de conflitos, resolvendo-os em suas fontes (que englobam novas ameaças não-militares para a paz e para a segurança, tais como a exclusão, a pobreza extrema e a degradação ambiental).A Cultura de Paz é um esforço e dedicação para o diálogo, a negociação e a mediação, de forma a tornar a guerra e a violência inviáveis, e deve ser entendida como um processo, uma prática cotidiana que exige o envolvimento de todos: cidadãos, famílias, comunidades, sociedades e Estado.A sociedade abre-se neste momento para uma oportunidade de todos, juntos, transformarmos uma cultura pautada na desconfiança, competição e uso abusivo do poder em uma cultura de diálogo e responsabilidade partilhada. Esta transformação manifesta o anseio coletivo por valores que sustentem uma sociedade mais justa, solidária, fraterna, onde a dignidade e o respeito mútuo promovam o melhor em cada um de nós.Sendo a cultura o modo coletivo de sentir, pensar e agir, a Cultura de Paz requer novas formas de convivência e mecanismos mais justos de distribuição da riqueza e do saber. Ela estimula conexões, desafia nossa capacidade criadora de soluções práticas, sustenta os processos de mudança que, por sua vez, exigem o empoderamento de cada indivíduo para a construção de uma cidadania planetária baseada na responsabilidade universal. Considerando a missão da Assembléia Legislativa e dos representantes políticos de todo o povo brasileiro de acolher as aspirações genuínas da sociedade, dirigimo-nos às senhoras e aos senhores para manifestar e partilhar esta inquietação social de estabelecer a Cultura de Paz nas políticas públicas como um compromisso inadiável. O ConPAZ está à disposição para contribuir e abrir o diálogo. conpaz@uol.com.br. Que a Paz prevaleça!ConPAZ " Conselho Parlamentar pela Cultura de PazAssembléia Legislativa do Estado de São PauloJulho/2006