Margur resgata a matéria e acredita na reelaboração


31/10/2005 16:43

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Museu de Arte do Parlamento de São Paulo

Observar a natureza faz parte da vida do escultor Margur, amplia o conhecimento das formas e impede trabalhar segundo fórmulas pré-constituídas, favorecendo-lhe a inspiração. Por quanto, a fórmula humana o interessa, ele dedica grande atenção às formas naturais geralmente provenientes de árvores e troncos abandonados.

Colocando de lado o ideal do belo, o artista o substitui pelo da vitalidade. Segundo Herbert Read, conhecido historiador da arte, vitalidade é um termo efêmero que pode servir para mascarar a nossa impotência para conhecer e medir a natureza da vida enquanto no belo não existe mistério.

Margur iniciou seu trabalho na preservação e valorização da sucata ecológica de maneira informal encontrando depois na forma a sua linguagem intensa de dramáticas instancias poéticas. Para alcançar o resultado desejados o artista se utiliza de velhos troncos de arvores derrubadas além das mais variadas matérias plasmáveis, a cor e uma infinidade de pedras brasileiras.

A madeira é a matriz que serve de pretexto para a construção de imagens ora fantásticas ora reais com as quais narra um certo tipo de história totalmente particular muitas vezes inquietante. E a sugestão é sutil na consistência da matéria e de sua corposidade.

Margur é um homem do nosso tempo, que nele vive projetado pela arte, cultura, filosofia de vida, força gestual, num mundo de forças naturalísticas e além delas com o eterno dilema: Quem somos? Porque? Trata-se de um comunicador um filósofo da natureza, um artista " artesão no sentido mais puro da palavra.

Sabedor dos limites do ser humano, que procura conhecer nos seus meandros mais íntimos, não nutre excessivas ilusões, todavia acredita que na reelaboração de uma forma, tornada simples instrumento de expressão possam existir os termos para um resgate, pelo menos potencial. Suas obras impressionam tanto no meio de desavisados quanto no dos entendidos mais atentos.

Na obra "Corpo feminino II", doada ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, mesmo aceitando os limites formais da natureza como ponto de partida, o artista traduz os dados captados externamente e os concretiza em formas vitais ligadas de maneira indissolúvel à sua pessoal elaboração da forma.



O Artista

Margur, pseudônimo artístico de Marcio do Amaral Gurgel, nasceu em São Paulo em 1965. Formou-se em comunicação social pela Faculdade Anhembi-Morumbi (1964) onde se especializou em propaganda e marketing.

Manifestou desde criança fortes habilidades manuais, dedicando-se a trabalhar a madeira, a partir do ano 2000, após ter assistido indevidos cortes de árvores e a devastação de nossas florestas.

Iniciou-se nas artes freqüentando o atelier da escultora Elisabeth Rudge. Estimulado pela obra de Franz Kraijberg, dedicou-se também a preservar a ecologia e perpetuar através da arte a beleza de uma árvore que não existe mais. Para suas obras utiliza madeiras encontradas nas ruas de seu bairro, nos lixões ou nas matas.

Participou de exposições organizadas pela Casa de Apoio da Granja Viana, no Espaço Cultural da Bristish Council, na Galeria Mali Villas Boas e das comunidades de bairros. Possui obras em coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp