Deputada aciona o Ministério Público para que seja investigado acidente que vitimou trabalhador da Cosipa


15/04/2003 15:42

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DA ASSESSORIA

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) representou ao Ministério Público para que o caso do trabalhador acidentado na Cosipa, na madrugada de sexta-feira, seja incluído nas investigações sobre as condições de segurança na companhia siderúrgica. Prandi quer também que o Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos participe das investigações do acidente, conforme solicitação que encaminhou à direção da Cosipa.



O acidente aconteceu na área de Recozimento, base 07, da Laminação a Frio, e provocou queimaduras no rosto, nos braços e no tórax do operador Marcelo Cravichiole, de 29 anos. O trabalhador está internado na ala de Queimados da Santa Casa de Santos, onde deverá permanecer nos próximos dias. O quadro de saúde é estável.



"Apesar da Cosipa anunciar premiações em função de investimentos em segurança e meio ambiente, na verdade os acidentes continuam acontecendo. Os fatos se contrapõem aos argumentos. É indispensável investigar rigorosamente as circunstâncias do acidente, com a responsabilização dos culpados", destaca Prandi.



Só no ano passado, a deputada representou ao Ministério Público em quatro situações, devido a acidentes na siderúrgica. Um deles provocou a morte de um trabalhador da empreiteira Sankyu, prensado por uma ponte rolante (17/03).



"É fundamental que as investigações sejam isentas e rigorosos. Por isso, defendo a participação do Ministério Público, que é um instrumento da cidadania, assim como acho essencial que o Sindicato da categoria participe da apuração dos fatos", reitera Prandi.



O Sindicato dos Metalúrgicos classificou o novo acidente como grave. "Ironicamente, há cerca de um ano a Cosipa cortou o adicional de periculosidade para os trabalhadores do setor de Recozimento da Laminação a Frio. Uma vez mais, os fatos se contrapõem aos argumentos", critica Maria Lúcia Prandi.



Segundo estatística apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, desde a privatização da empresa, há uma década, 31 mortes aconteceram na Cosipa. "Falta respeito à vida e falta compromisso com a segurança. O trabalhador não pode ser tratado como uma peça descartável", conclui Prandi.

alesp