O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente da EMTU, Joaquim Lopes, apresentaram o processo de licitação para concessão de linhas de ônibus intermunicipais na Região Metropolitana da Capital. A audiência foi feita pela Comissão de Transportes e Comunicações da Alesp, sob presidência de Valdomiro Lopes (PSB). A região foi dividida em cinco áreas de operação, o que gerará cinco licitações. Os concorrentes poderão se agrupar em consórcios, e os que vencerem as licitações operarão as linhas por dez anos. O valor total dos contratos atinge R$ 8 bilhões. Caberá aos concessionários arcar com os custos de veículos, garagens e sistema de arrecadação e controle e, ao Estado, a implantação de terminais viários, de acordo com sua política. A tarifa a ser praticada será a atual e estão previstas revisões anuais. As licitações visam regulamentar o sistema de transporte intermunicipal da região metropolitana de São Paulo, já bastante ultrapassado (a última regulamentação é de 1984), e adequar o sistema aos ditames constitucionais e à Lei de Concessões, editada em 1995. Até agora, as linhas vinham operando, segundo Joaquim Lopes, por meio de autorizações, mas a nova legislação exige outra sistemática. No Estado de São Paulo, a Lei de Concessões (8.987/95) é regulamentada pelo Decreto 42.858/98. A novidade, neste processo, é que a concessão não será por 25 anos, mas por 10 anos. Segundo Fernandes, é preciso reduzir o tempo de concessão pela própria dinâmica imposta pelo crescimento e pela evolução das necessidades regionais. Como exemplo, ele cita a linha 4 do Metrô, com previsão de conclusão em 2008 e outras linhas, em projeto, que deverão ser concluídas até 2010, e que são pontos de integração também com o transporte intermunicipal. Assim, para um período menor, é possível fazer previsões precisas sobre custos e investimentos.A outra novidade é que as empresas concorrentes vão se organizar em consórcios, o que, segundo Joaquim Lopes, facilita a interlocução, amplia o leque de participantes e melhora a questão operacional.Custos operacionais e ônus Além da execução dos serviços de transporte, as concessionárias pagarão à EMTU 3,86% da receita tarifária das linhas comuns e 10,5% da receita das linhas especiais, 20% das receitas de exploração de publicidade e um percentual, oferecido pelo licitante, a ser pago ao Estado pelo vencedor da licitação, a chamada parcela B. Para o deputado Mário Reali (PT), esse último fator acabará refletindo no valor das tarifas, ou seja, será repassado. Segundo ele, "é importante a implantação do novo sistema, mas existem muitos problemas". O deputado acha que não está sendo levado em conta o que o usuário quer, que é qualidade dos serviços e tarifas mais baixas: "a Secretaria está dando mais importância ao que as empresas oferecem para o Estado (referindo-se à parcela B)."Também sindicatos da categoria dos motoristas e cobradores estiveram presentes ao encontro, buscando garantia de manutenção dos postos de trabalho. O edital está disponível deste 13/10 para consulta ou aquisição. Mais informações sobre as licitações estão disponíveis nos endereços eletrônicos www.emtu.sp.gov.br e www.e-negociospublicos.com.br.Números da Grande São Paulo18 milhões de habitantes em39 municípios, onde operam4 mil ônibus distribuídos em cerca de600 linhas que transportam 1,5 milhão de passageiros por diaNúmeros das licitaçõesA Região Metropolitana de São Paulo foi dividida em 5 áreas, o que fará com que haja 5 licitações, com as mesmas diretrizes.A concessão dos serviços de transporte de passageiros é de 10 anos.As empresas investem em veículos, garagens e sistema de arrecadação. Além disso, pagam taxa de administração à EMTU de 3,9% (linhas comuns) e 10,5% (linhas especiais) sobre a receita (parcela A), mais 20% sobre os ganhos com publicidade.Na licitação, também oferecem percentual ao concedente (parcela B).Os vencedores devem implantar os serviços em 180 dias, manter a frota nova (6 anos ou menos), com acessibilidade a deficientes e devem manter e conservar os terminais viários implantados pelo Estado.