DA REDAÇÃO

O 47º Congresso Estadual de Municípios pavimentou uma via de comunicação entre vereadores de diversas regiões do Estado e os titulares das duas pastas dos transportes. Os secretários dos Transportes, Dário Rais Lopes, e dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, enfrentaram uma bateria de questionamentos de legisladores municipais sobre a situação de estradas paulistas e outros assuntos de alçada estadual.

O encontro no auditório do Casa Grande Hotel, no Guarujá, permitiu aos vereadores apresentarem queixas sobre as condições das SPs e perguntas sobre obras que consideram necessárias para suas regiões. Dário Lopes apresentou os tópicos do Plano Diretor de Desenvolvimento do Transporte e falou sobre um assunto de interesse dos vereadores. Disse que passou o mês de abril identificando as estradas vicinais e que a etapa posterior será a liberação de recursos para essas vias. O critério de preferência, disse Lopes, será dado para aquelas estradas que se encontram em estágios mais graves de deterioração e àquelas vias que servem às unidades prisionais do Estado. Este último critério responde às medidas para se garantir maiores níveis de segurança.

Dário confirmou que o governo não deve consistir na ampliação da postos de pedágios. Respondendo a um questionamento do prefeito de Bebedouro, disse que a política será a de não permitir implantação de praças de pedágio em rodovias com pistas simples e que estão sendo estudadas medidas para que as taxas sejam aplicadas diferencialmente, de acordo com o extensão percorrida pelo usuário.

O secretário fez uma apresentação do Programa de Recuperação das Rodovias do Estado, que tem financiamento do Banco Mundial e do Governo do Estado e deve abranger 1.400 quilômetros de estradas, representando 10% da malha rodoviária estadual.

Lopes pontuou ainda os programas de duplicação da Mogi-Dutra, da SP 55 Itanhaém-Peruíbe, da Assis - Presidente Prudente, e da Rodovia Euclides da Cunha, no trecho de Santa Fé a São José do Rio Preto. Falou ainda que uma de suas prioridades é a criação do Ferroanel, na Região Metropolitana. Apresentou o projeto de um novo corredor de exportação, que liga o Vale do Paraíba ao Porto de São Sebastião, e comentou a perspectiva do governo com a regionalização do Porto de Santos.



Fator de desenvolvimento

No mesmo painel dedicado ao tema Transporte como Fator de Desenvolvimento, o secretário Jurandir Fernandes, dos Transportes Metropolitanos, apresentou um quadro do transporte coletivo na Região Metropolitana de São Paulo. E disse que diferentemente do que muitos acreditam, quando o transporte é bem gerenciado ele tem a aprovação da população. Demonstrou sua tese baseado no grau de aprovação dos serviços do Metrô e da CPTM. Jurandir apresentou dados que demonstram as economias que o Metrô produz no tocante aos efeitos sobre alívio operacional do uso de ônibus e de automóveis e dos custos de manutenção e ampliação do sistema viário, além do impacto causado ao meio ambiente. Avaliado em sua totalidade, a existência do Metrô permite uma economia de quase três bilhões de reais.

A modernização do sistema de transporte nas regiões metropolitanas dependem, no entanto, de grandes somas de investimentos. Jurandir acredita que devem existir fórmulas de captar recursos para alavancar investimentos no setor. Segundo ele, as parcerias com a iniciativa privada podem significar um grande avanço para a construção de abrigos de ônibus, terminais rodoviários e instalações de redes de serviços. O secretário exibiu o exemplo do Metrô, cujos serviços que estão a eles acoplados, como shoopings centers e áreas comerciais de diferentes magnitudes, empregam hoje 13 mil pessoas. Para Jurandir, esse pode ser entendido como uma maneira de o transporte alavancar desenvolvimento econômico.