Museu de Arte - Cuninghart

A linguagem de Cuninghart: formas e cores vigorosas na exaltação do homem do campo
11/11/2008 12:56

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A pintura de Cuninghart não possui derivações ou aproximações a essa ou aquela influência, tal a espontaneidade de sua linguagem. O contato com o ambiente de nosso interior, cores e viagens são importantes para o artista e o resultado é uma pintura que não se contenta de confiar tão somente na clareza visual das imagens para procurar, além do fato representado, uma emoção totalmente subjetiva.

Através de uma linguagem nitidamente figurativa, Cuninghart alcança uma vigorosa técnica cromática que se traduz através de uma exaltação do desenho, também enérgico, pronto e imediato. Por outro lado, o artista sabe introduzir em sua pintura um conteúdo concreto e humano onde a temática, tipicamente interiorana, se torna uma exaltação ao homem do campo.

Velhas fazendas, carros de bois, cercas e campos ambientados à nossa realidade são seus temas prediletos, exaltados por uma linguagem poética que emerge, sobretudo de seu cromatismo. Um harmônico contraste entre luzes e sombras cria ambiente permeado de profunda poesia e incuti dinamismo às cenas campestres. Através desse método o pintor soube conquistar um próprio modelo peculiar e pessoal.

Vendo suas obras compreende-se a verdade que ele retrata e as razões de seu mundo. Seu veio possui raízes no sofrimento e no trabalho da gente que labuta a terra. Trata-se de um artista que, além de dotado de uma técnica precisa, se torna um grande narrador.

Cuninghart não se exaure em fáceis sentimentos exteriores que, às vezes, o jogo pictórico requer. Na obra "Carro de boi", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, sua visão é plástica, sua linguagem é fortemente precisa, suas formas são simples e vigorosas, as cores intensas e expressivas alcançam muitas vezes uma qualidade poética de rara tensão.



O Artista



Cuninghart, pseudônimo artístico de Virgílio Saez Cuninghart Bazan, nasceu em São Paulo em 1958. Freqüentou os Ateliers de: Pacheco Ferraz, Durval Pereira, Elena Niquitina, Jean Handcashsmith (bico de pena) e a oficina de gravura do Museu Lazar Segall.



Em 1979, viajou para Paris onde cursou a Ecole Nationale des Arts Plástiques et Sceniques de Saint Charles junto a Sorbonne. Voltou ao Brasil em 1982, filiando-se à Associação Histórico Cultural Pero Vaz de Caminha.

Desde l995 participa ainda de um projeto intitulado Duoptica em conjunto com o artista Leonardo Natale, tendo se apresentado em diversas mostras na Biblioteca Gentil de Moura no Ipiranga, SP; Clube Ipê, SP; Câmara Municipal de São Paulo.

Participou de diversas exposições na Casa da Fazenda do Morumbi, SP e nas galerias Praça da Espanha e Solar do Rosário em Curitiba, Paraná.

Possui obras em acervos oficiais, particulares no Brasil, no Exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp