Notas do Plenário


20/10/2008 21:03

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Mais um ataque à Educação



A aprovação, pelo Conselho Estadual de Educação, com homologação do governador, de deliberação permitindo que 20% da carga horária das escolas particulares e públicas de Ensino Médio seja feita à distância foi criticada por Carlos Giannazi (PSOL), que considerou a medida um retrocesso. O deputado reclamou da influência de representantes do ensino privado no conselho, que tendem a "colocar o interesse econômico à frente do pedagógico", e informou que protocolou PDL para revogar a medida que, além de atentar contra a Educação, irá causar desemprego. O ensino à distância, ponderou Giannazi, só poderia ser usado para matérias complementares. (MF)



TV e seqüestro



A transmissão da TV Assembléia pelo sistema digital "irá enriquecer muito nosso Estado, e nossos eleitores terão mais facilidade para entender o que aqui se passa", disse João Barbosa (DEM). O deputado também lamentou o desfecho de seqüestro ocorrido em Santo André e falou que "poderíamos estar hoje enterrando o seqüestrador, e não Eloá Pimentel". Ele ainda elogiou a ação da polícia no caso. (MF)



Montanha dos sete abutres



A cobertura da imprensa no caso do seqüestro de Santo André foi criticada por Adriano Diogo (PT), que a considerou um exemplo do não-jornalismo, comparando-a com o enredo do filme "A montanha dos sete abutres". Ele também atacou declaração do governador sobre a manifestação dos policiais civis em greve, que foi duramente reprimida, dizendo que dá a impressão de que "se havia motivo político, pode-se abrir fogo". Diogo ainda falou sobre a mudança do sistema de transmissão da TV Assembléia, indagando se "quem sabe se com o novo processo o plenário atrairá mais deputados". (MF)



Respostas à polícia



Repudiando manifestação do governador José Serra, que responsabilizou os trabalhadores pelos conflitos ocorridos na semana passada, nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes, Donisete Braga (PT) disse acreditar que já passou da hora de o governo dar respostas à polícia de São Paulo, cujos trabalhadores, de acordo com o deputado, têm nos bicos que fazem, nos finais de semana, nas horas de folga, a principal fonte de sustento, já que seus salários estão entre os mais baixos do país. (MS)



Explicações



De acordo com Roberto Felício (PT), a instrução dada aos secretários e deputados da base aliada para apontar insufladores da greve dos policiais civis foi acatada também pelo prefeito da capital. Para Felício, o governador sabe que ninguém faz greve por determinação exterior e teve posição política incorreta nos dois casos: "Serra deve explicações sobre a guerra no Morumbi e a tragédia de Santo André". (MS)



Inércia legislativa



José Bittencourt (PDT) censurou o Parlamento paulista pela inércia em que tem se mantido durante o período eleitoral. Embora compreenda o engajamento dos deputados nas eleições municipais, ele lamentou que isso atinja tão negativamente a produtividade da Casa. "Não podemos fazer a população esperar, não podemos postergar o debate de projetos de interesse da Defensoria Pública, dos professores e dos produtores agrícolas, entre tantos outros", reclamou. (MS)



Trabalho do Gate



Edson Ferrarini (PTB) considerou que o rumo tomado pelo seqüestro em Santo André é que determinou a forma de agir, não tendo havido intervenção do governo. "A polícia chegou no limite do possível para salvar a vida da refém, num caso delicado que envolve a figura psicológica do macho ofendido", argumentou o deputado, que elogiou o trabalho do Gate, equipe que, segundo ele, é referência no Brasil mas que carece de equipamentos mais modernos. (MS)



Falta de sensibilidade



O deputado Roberto Felício (PT) se solidarizou com a família da estudante Eloá Pimentel, que tomou uma decisão em favor da vida, autorizando a doação de órgãos da jovem. Com relação ao confronto entre as polícias civil e militar, o parlamentar disse que estava em um dos portões do Palácio para tentar falar com o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreir, alertá-lo sobre a gravidade da situação e pedir que recebesse a comissão de negociação da Polícia Civil. "Muitos alegam que há rivalidade entre as duas polícias, e pode até ser que exista, mas o que faltou foi um pouco de sensibilidade para resolver o problema. Este governo é prepotente, arrogante e não ouve ninguém", lamentou. (SM)



Atuação correta



O deputado Edson Ferrarini (PTB), ao comentar o caso da estudante Eloá Pimentel, fez menção ao comportamento possessivo do ex-namorado Lindemberg Alves. Ferrarini ainda falou que a PM teve atuação correta e cuidadosa durante o seqüestro e no momento da invasão, porque a polícia pensa em primeiro lugar na vida das pessoas. "Lamento que alguns afirmem que o caso de seqüestro demorou a ser solucionado porque o governador queria uma cortina de fumaça. Isso demonstra conotação maldosa e eleitoral", afirmou. Com relação à Polícia Civil, Ferrarini disse que há necessidade de lutar por aumento de salários, mas não por uma nacionalização do movimento. (SM)



Perguntas sem respostas



O deputado Adriano Diogo (PT) lamentou que o Executivo paulista tenha creditado ao deputado Roberto Felício (PT) toda a responsabilidade do enfrentamento entre as polícias civil e militar na última quinta-feira, 16/10. Diogo lembra que os deputados Olimpio Gomes (PV) e Carlos Giannazi (PSOL) também participaram da manifestação. "O senhor não teve coragem de mencionar o major Olimpio", comentou. Sobre o incidente de Santo André, o parlamentar cobrou uma declaração do governador. "O rapaz não ficou em Santo André, está incomunicável e a questão está abafada pelo governo. Já imaginaram se fosse o governo de qualquer outro partido? O Serra não poderá dizer que o rapaz (Lindemberg Fernandes Alves) é do PT ou da Força Sindical". (LP)

alesp