Deputada quer continuidade do curso de manutenção de aeronaves em escola do Guarujá


04/02/2004 15:19

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) quer explicações das secretarias estaduais da Educação e de Ciência e Tecnologia sobre a atual situação do curso de manutenção de aeronaves na Escola Estadual Marechal-do-Ar Eduardo Gomes, no Guarujá. Segundo a parlamentar, atualmente há apenas uma classe com 35 alunos, que se formarão até a metade do ano, e desde o segundo semestre de 2003 não são abertas novas matrículas. Maria Lúcia quer garantir a abertura de uma nova turma ainda neste semestre. Estimativas apontam que 400 jovens aguardam inscrições para o curso.

Todos os cursos profissionalizantes antes vinculados à Secretaria de Educação passaram para a pasta de Ciência e Tecnologia. A parlamentar apurou que o governo estadual pretende transferir o curso para uma das unidades vinculadas a esta secretaria em Santos, as escolas Aristóteles Ferreira e Escolástica Rosa. "Mas ele deve ser mantido na Escola Eduardo Gomes, que fica em área pertencente à Base Aérea de Santos, onde os estudantes podem desenvolver a parte prática", explica Maria Lúcia.

"Além disso, este é um golpe contra o Guarujá, que perderá o único curso profissionalizante mantido por uma escola estadual na cidade", frisa a parlamentar, que desde 1998 luta pela continuidade do curso e sua permanência na Escola Eduardo Gomes.

Na opinião da deputada, o governo esvazia o curso justamente no momento em que cresce a possibilidade de instalação de um aeroporto civil metropolitano na própria base aérea e em que também há grandes chances de implantação de um aeroporto para aviões cargueiros em Praia Grande. "São equipamentos que necessitarão de mão-de-obra altamente qualificada", ela argumenta.

A Escola Marechal-do-Ar Eduardo Gomes é o único estabelecimento público a oferecer o ensino profissionalizante de manutenção de aeronaves no Brasil. No ano passado, o curso do Guarujá completou 28 anos. Nesse período, foram formados cerca de 600 profissionais, quase 80% dles absorvidos pelo mercado de trabalho.

Alunos formados pela Escola da Base - como é conhecida a unidade do Guarujá - atuam em empresas como Embraer, Varig, Tam e Gol, as norte-americanas United Air Lines e Continental e a irlandesa Omega.

"É lamentável que um colégio com uma história tão brilhante enfrente um sistemático processo de esvaziamento, que começou com o afastamento dos professores que eram militares capacitados pela Aeronáutica. Não podemos compactuar com uma ação que poderá acabar com uma das raras oportunidades que os jovens de classes sociais menos privilegiadas têm para entrar em uma carreira profissional de ponta. A mensalidade de um curso particular nessa habilitação custa mais de 200 reais", finaliza Maria Lúcia.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp