Advogada atribui ao Estado culpa por rebeliões em presídios


30/08/2001 21:48

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DA REDAÇÃO

José Ismael Pedrosa, diretor da Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, compareceu na manhã desta quinta-feira, 23/8, à reunião da CPI do Sistema Prisional, presidida pela deputada Rosmary Corrêa (PMDB), para prestar esclarecimento sobre os fatos relativos à morte do detento Idemir Carlos Ambrósio, vulgo "Sombra", nas dependências do "anexo" da Casa de Custódia. Na avaliação do diretor, a morte foi motivada por desavenças entre os presos, a princípio sem nenhuma relação com o crime organizado.

Pedrosa expôs para os membros da CPI os procedimentos seguidos no anexo, que é uma unidade de Regime Disciplinar Diferenciado, onde os presos têm menos regalias e regras disciplinares mais rígidas. "A estada nesta unidade seria um castigo para os reclusos que apresentam problemas de indisciplina em outras unidades do sistema prisional. Lá os presos não têm contato físico com as visitas e são constantemente acompanhados, mesmo quando conversam com seus advogados", afirmou o diretor da Casa de Custódia.

Desde 1985, quando foi ativado o "anexo", até hoje aconteceram 8 homicídios, número considerado pequeno por Pedrosa.

No depoimento do diretor não houve menção sobre as atividades do Primeiro Comando da Capital (PCC) na unidade. Pedrosa considera que a liderança exercida pelos presidiários é efêmera e circunstancial e para exemplificar citou o caso do preso conhecido como "Dentinho", tido como um dos líderes do PCC, que foi morto na última rebelião acontecida na Casa de Custódia de Taubaté. "A organização criminosa PCC, se de fato existir como tal, opera fora desta unidade prisional, pois efetuamos revistas constantes para impedir a existência de armas e celulares dentro do anexo, bem como mudanças freqüentes de cela e intervimos na formação de grupos, pois são presos de alta periculosidade que precisam estar sob constante vigilância", afirmou Pedrosa.

alesp