Parlamentar critica falta de ação da primeira-dama do país


08/03/2004 15:34

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Amary

A deputada Maria Lúcia Amary (PSDB) defendeu na terça-feira passada, 3/3, uma atuação mais efetiva da primeira-dama do país, Marisa Letícia da Silva, e citou a ex-primeira-dama Ruth Cardoso como exemplo. De acordo com a parlamentar, a mulher de Fernando Henrique Cardoso teve uma atuação destacada por ter comandado o "Comunidade Solidária", uma entidade voltada para o social.

A declaração foi dada na gravação do programa "Assembléia em Debate" que foi ao ar na quinta-feira , 4/3, às 22 horas, pela TV Assembléia. A deputada discutiu o tema "A Mulher na Política" com os deputados Ricardo Tripoli (PSDB) e Ana Martins (PCdoB) e com a presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, Aparecida Maria de Almeida.

"Não concebemos primeiras-damas apenas para sair nas fotografias ao lado do prefeito, governador ou presidente", afirmou amary. "Não fizemos isso em Sorocaba e nem Maria Lúcia Alckmin faz em São Paulo."

Centros de poder

Presidente do Secretariado Estadual de Mulheres Tucanas de São Paulo, a parlamentar também cobrou uma participação maior das mulheres na política, não só dentro do PSDB como também nos outros partidos. A deputada entende que as mulheres precisam ocupar um espaço nos centros de poder equivalente à representatividade delas na população brasileira, que é de mais de 50% hoje.

Maria Lúcia apontou quatro causas principais para o distanciamento das mulheres da política: 1) o coronelismo e a ditadura do começo e meados do século passado, 2) o estigma de que na política só existe corrupção, 3) a necessidade de a política ser mais uma jornada para a mulher, que já tem a de dona de casa e a da sua vida profissional, e 4) a falta de financiamento de campanha para a mulher.

Para a deputada, algumas mulheres dizem também que não disputam eleições, não vão para a rua amassar barro como ela fez e as outras eleitas fizeram, porque temem perder a feminilidade, já que o embate político é dominado pelos homens. "Isto não é verdade: podemos ser firmes sem ser agressivas. A nossa característica é o diálogo. A agressividade pertence a políticos do passado."

mlamary@al.sp.gov.br

alesp