Plantão único nas delegacias pode prejudicar população, afirma deputada


06/04/2005 12:05

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A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) questionou a proposta de criação de plantão noturno em apenas uma das delegacias de Santos, feita por Alberto Corazza, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter 6). Para a parlamentar, isso prejudicará o atendimento à população, especialmente quem reside longe do distrito escolhido " o 7º DP, no Gonzaga. Segundo ela, essa sugestão encobre a falta de infra-estrutura e o baixo número de servidores na Polícia Civil.

"É importante racionalizar a utilização dos recursos públicos, mas sem prejudicar os usuários. Uma pessoa que mora na zona noroeste ou nos morros dificilmente se deslocará para registrar a ocorrência, e acabaremos tendo um mascaramento das estatísticas", alerta Maria Lúcia.

A deputada enviou ofício a Corazza, ao secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e ao diretor geral da Polícia de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo, defendendo a necessidade de discutir a proposta com a população. "É preciso promover debates com os Conselhos Comunitários de Segurança, os Consegs", sugeriu. Outro problema apontado pela parlamentar poderá ser a demora no atendimento.

Maria Lúcia questiona os dados que justificaram a proposta, como a baixa média de ocorrências no período noturno, nas áreas dos distritos que permanecem fechados à noite (2º, 4º e 5º). Ela ressalta que a proposta de Corazza tem aspectos positivos, como a criação de estrutura de amparo às vítimas, a digitalização do álbum de reconhecimento fotográfico e o aumento de policiais de plantão. "Entretanto, isso deveria ser implantado em todas as delegacias. Em vez de fechar unidades, devemos unir esforços para dar condições de que outras permaneçam abertas à noite, nos finais de semana e nos feriados", pondera Maria Lúcia.

mlprandi@al.sp.gov.br

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